Título: Preço dos alimentos cede e inflação sobe apenas 0,24%
Autor: Raquel Salgado
Fonte: Valor Econômico, 29/03/2006, Brasil, p. A3

A inflação surpreendeu na terceira quadrissemana de março e subiu apenas 0,24%. O resultado foi influenciado basicamente pela desaceleração do movimento de alta nos preços dos alimentos. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, a inflação dos alimentos in natura cedeu de 2,14%, na segunda quadrissemana, para 0,85% nesta medição. Com isso, o coordenador da pesquisa de preços da Fipe, Paulo Picchetti, revisou a projeção para o IPC de março de 0,4% para 0,2%. Os alimentos industrializados também ficaram mais baratos e foram de 0,27% para uma variação negativa de 0,16%. O item alimentação como um todo ficou negativo em 0,04%. Na última semana, os preços das frutas, por exemplo, caíram 4,5%, depois de subirem 2% na semana anterior. No caso das verduras, a alta foi de 10% na primeira quadrissemana, 16% na segunda e 3,6% agora. Os in natura como um todo passaram de 3,3% para menos 2,3%. Outro ponto que está exercendo menor pressão é o grupo transportes. Na última semana, a alta da gasolina passou de 4,8% para 3,6%. O álcool , por sua vez, ainda está com forte elevação, mas de 13,4%, menor do que a verificada na segunda quadrissemana: 17,1%. O núcleo do IPC também permanece comportado: ficou em 0,15%, bem abaixo do índice geral. O indicador de difusão, que mede a quantidade de produtos em alta dentro do IPC, permaneceu estável em 51%. A variação dos bens não-comercializáveis (serviços) caiu de 0,27% para 0,20%. Em fevereiro, o indicador fechou em 0,15%. Para Picchetti, a previsão do IPC no ano continua em 4,5%, apesar do bom resultado dos alimentos em março.