Título: Acidente no alto-forno custa US$ 54 mi
Autor: Patrícia Nakamura e Ivo Ribeiro
Fonte: Valor Econômico, 29/03/2006, Empresas &, p. B7

O reparo do problema ocorrido em janeiro no maior alto-forno da CSN vai ficar mais caro que o previsto e revelado ao Valor pela companhia. Conforme informações no balanço financeiro de 2005 divulgado ontem pela siderúrgica, o desembolso será da ordem de US$ 40 milhões. O valor estimado antes foi de US$ 10 milhões a US$ 15 milhões. A Usiminas Mecânica, controlada da Usiminas, foi contratada para efetuar a obra. A CSN informa ainda que outros US$ 14 milhões serão aplicados no aluguel de guindastes especiais para movimentar a instalação avariada com o acidente, que atingiu o sistema de coleta e tratamento de gases e tubulações interligadas do alto-forno 3 da usina de Volta Redonda. O alto-forno respondia por 70% da produção de gusa da siderúrgica. A reconstrução também deve sofrer pequeno atraso em relação ao previsto. A conclusão deve ocorrer em junho, ao invés de fim de maio, com retomada imediata das operações. A perda de produção, diz a empresa, está sendo compensada com a aquisição de placas, matéria-prima para se obter os produtos laminados, no mercado internacional, somada aos estoques existentes na usina. A CSN teve de comprar 1 milhão de toneladas de várias fontes produtoras no mundo, como Rússia, Ucrânia, México e Argentina. O gasto total, preço do aço posto na usina, foi de US$ 380 milhões. A CSN reiterou que conta com um seguro de US$ 100 milhões para danos materiais e outro de US$ 750 milhões para custos adicionais e lucros cessantes. Para reforçar seu time de gestão na empresa, o empresário Benjamin Steinbruch, que preside o conselho e a diretoria executiva e é responsável pela área financeira, anunciou a contratação de dois diretores-executivos - Isaac Popoutchi (ex-Coimex Trading e RFFSA), para cuidar da área institucional, e Juliano de Oliveira, ex-Camargo Corrêa Cimentos e Loma Negra, para diretoria de participações. O conselho reelegeu, por mais dois anos, Marcos Marinho Lutz, diretor-executivo de infra-estrutura e energia. Lutz também responde pela laminadora nos Estados Unidos. Pedro Felipe Neto, outro executivo, ficou responsável por suprimentos e área corporativa. (IR)