Título: Desemprego e saúde preocupam
Autor: Vaz, Viviane
Fonte: Correio Braziliense, 30/05/2010, Mundo, p. 22

A polícia colombiana informou ontem que um grupo armado matou duas crianças na cidade de El Plateado, no departamento de Cauca, sudoeste do país. Eles teriam lançado na noite de sexta-feira uma bomba que atingiu a casa onde estavam as vítimas, de 9 e 14 anos. As autoridades ainda não sabem qual grupo armado cometeu o atentado. Enquanto os eleitores no sul do país estão sob alerta máximo, temendo que as Farc realizem algum ataque para atrapalhar as eleições, nos grandes centros urbanos, como Bogotá, a questão da segurança já não é a principal preocupação dos eleitores. Uma pesquisa realizada pelo instituto Invamer-Gallup revelou que 39,4% dos colombianos se preocupam mais com a redução do desemprego, e 11,9% citam a melhoria da saúde pública como sua maior inquietude. A segurança aparece num distante terceiro lugar. ¿A segurança ainda é um fator, mas não é a questão determinante nestas eleições. A Colômbia tem o mais elevado desemprego do continente (13,4%)¿, disse Roberto Steiner, presidente do centro de pesquisas econômicas Fedesarrollo. Para Jorge Londoño, do Invamer-Gallup, a pesquisa mostra ¿o sucesso de Uribe na melhoria da segurança, a tal ponto que não é mais prioridade¿.

Debate O penúltimo debate entre os candidatos, na quinta-feira, demonstrou que a maioria concorda que não se deve negociar com a guerrilha. Somente o liberal Rafael Pardo prometeu abrir as portas ao ¿intercâmbio humanitário¿ proposto pelo grupo armado, que prevê a troca de reféns por guerrilheiros presos. O uribista Juan Manuel Santos disse que ¿aceitar o intercâmbio é alentar o sequestro¿. O candidato verde, Antanas Mockus, afirmou que os guerrilheiros ¿querem colocar o estado de joelhos e colocá-lo em condição de simetria¿. Gustavo Petro, do Polo Democrático Alternativo, pediu que as Farc ¿renunciem ao sequestro definitivamente¿. Para Germán Vargas, do Partido Cambio Radical, ¿a troca expõe ao risco à sociedade e à força pública¿. E a ex-chanceler Noemí Sanín, do Partido Conservador, disse que ¿não acredita nas Farc¿. (VV)