Título: Unigel tem plano para crescer 50%
Autor: André Vieira
Fonte: Valor Econômico, 31/03/2006, Empresas &, p. B1

O grupo Unigel, que anunciou ontem investimentos de R$ 90 milhões para uma nova fábrica de filmes plásticos, prevê um crescimento de 50% em seu faturamento até 2010. As empresas que formam o grupo, que atua nas áreas química, de plástico, embalagens, fertilizantes e mineração, avaliam um pacote de investimentos estimados em R$ 600 milhões nos próximos quatro anos. "Nossa intenção é ampliar a participação nos negócios em que atuamos", disse Marc Slezynger, vice-presidente da Unigel Química, a holding que reúne as empresas do grupo. Em 2005, o faturamento do grupo é estimado em cerca de R$ 2 bilhões - o balanço ainda não foi fechado - e a intenção é chegar a R$ 3 bilhões por volta de 2010. Marc, de 37 anos e filho do controlador Henri Slezynger, disse que o grupo estuda a possibilidade de abertura do capital como forma de financiar a nova fase de expansão. Parte dos investimentos será feita com capital próprio, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além do empréstimo por parte de fornecedores de equipamentos. "Nossa dívida é praticamente zero", disse. A Unigel está em conversas com diversos bancos para analisar o lançamento de ações, o que pode acontecer em 2007. "Avaliaremos o mercado ao longo do ano. Não acredito que haverá surpresas no cenário econômico", disse. O grupo não antecipa os detalhes do pacote de investimentos. Mas confirma apenas que está analisando a possibilidade de ampliar a CBE, a fábrica de estireno, cuja capacidade hoje é de 120 mil toneladas e poderá chegar a até 220 mil toneladas, concomitante à expansão em curso da Petroquímica União (PQU), empresa do pólo do ABC paulista. Os principais negócios do grupo - plásticos, químicos e embalagens - representam, cada um, cerca de 30% do faturamento. Embora a intenção seja manter o equilíbrio de cada um dos negócios, a área de plástico está sendo contemplada com R$ 190 milhões em investimentos, valor que está excluído do pacote de R$ 600 milhões. A Polo Films, que produz filmes flexíveis a base de polipropileno biorientado (BOPP), anunciou ontem um investimento de R$ 90 milhões numa nova fábrica, cuja localização ainda não foi definida. A empresa possui unidades no Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Na semana passada, a companhia anunciou uma nova linha para ampliar a produção de BOPP para até 100 mil toneladas. A Polo decidiu começar a produzir poliéster biorientado (BOPET), um filme com características similares ao BOPP, porém mais resistente à pressões de temperatura e gás. O produto custa 15% a 20% mais caro. O desejo é que a unidade, que terá 20 mil toneladas por ano, entre em operação em 2008. Os filmes são usados em embalagens e sobre-embalagens, como os plásticos encontrados em carteiras de cigarros. A Terfane, de Pernambuco, é a única fabricante de BOPET no país, com capacidade de 30 mil toneladas por ano. Segundo o presidente da Polo, Jorge Cardoso, a empresa está avaliando questões como logística, proximidade do mercado consumidor, fornecimento de matéria-prima, mão-de-obra, entre outros fatores, para decidir a melhor localização. "Pensamos investir prioritariamente no Brasil", disse. A importação da resina PET da Argentina e dos EUA, principal matéria-prima para a produção deste tipo filme, vem sendo taxada pelo governo brasileiro. A decisão favorece a fabricante Mossi & Ghisolfi (M&G), que prevê uma nova fábrica de resinas em Pernambuco.