Título: Ibovespa ignora Wall Street e avança 0,76%
Autor: Paula Laier
Fonte: Valor Econômico, 31/03/2006, Finanças, p. C2

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) descolou da trajetória negativa de Wall Street e sustentou o rumo positivo, ontem. Os negócios foram puxados pelo avanço das ações da Vale do Rio Doce . O Ibovespa terminou com alta de 0,76%, aos 37.776 pontos. Ao longo do dia, chegou a marcar 38.088 pontos, com alta de 1,59%. O giro somou R$ 2,10 bilhões. A expectativa de um acordo sobre o reajuste do preço do minério de ferro superior a 20% impulsionou as ações de várias mineradoras no mundo, e com a Vale não foi diferente. E como os papéis têm significativa participação no Ibovespa, acabou ditando a oscilação do índice. A ação PNA, que detém 8,095% da carteira, subiu 2,63%, a R$ 93,86, além de responder pelo maior volume do dia, de R$ 293 milhões. O papel ON ganhou 3,01%, a R$ 105,90. Além da Vale, as ações do setor de siderurgia em geral e o acréscimo nas preferenciais da Petrobras (de 0,55%, a R$ 43,10) também foram importantes para o desempenho, apontou o gerente de renda variável da corretora Concórdia, Romeu Vidali. O cenário mais calmo em relação às alterações na equipe do Ministério da Fazenda também ajudou a manter o clima favorável. Segundo o sócio da MH Advisors, Marcelo Chakmati, a manutenção de Henrique Meirelles na presidência do Banco Central foi fundamental. A indicação de Carlos Kawall, ex-diretor da área Financeira e de Mercado de Capitais do BNDES, para a Secretaria do Tesouro, e a volta de Bernard Appy para a Secretaria da Fazenda foram bem-recebidos pelos investidores. Chakmati pondera, porém, que o mercado brasileiro ainda estará muito suscetível às variações dos juros dos títulos americanos, que apresentaram, ontem, acréscimo significativo. Mas o resultado abaixo do esperado para o IGP-M e a revisão para baixo na projeção do IPCA de 2006, trazida no Relatório de Inflação do BC, deram, porém, suporte à recuperação doméstica.