Título: Cooperativa tenta recuperar R$ 5 milhões
Autor: Josette Goulart
Fonte: Valor Econômico, 29/11/2004, Finanças, p. C-2

A Cooperativa Agropecuária Castrolanda, do Paraná, entrou com um pedido de liminar na Justiça Federal, na última sexta-feira, tentando desbloquear R$ 4,788 milhões de suas aplicações financeiras no Banco Santos. De acordo com o processo, a cooperativa está acionando o Banco Santos e o próprio Banco Central na ação. Esta é a segunda ação que entra na Justiça Federal de São Paulo contra o Banco Santos, depois da intervenção do BC. Dois dias antes a empresa Cerâmica Santa Terezinha ajuizou ação cautelar pedindo o direito de pagar um empréstimo que tomou de linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), via repasse feito pelo Santos, com debêntures do grupo que controla o banco. Os papéis foram comprados junto com o empréstimo, uma forma de reciprocidade dada pela Santa Terezinha ao banco. Alguns advogados contam que seus clientes estão presos ao Santos por não quererem se indispor com o BNDES. Isso porque a ação acaba chegando ao órgão oficial, já que todos os empréstimos feitos com o Banco Santos, devem ser pagos diretamente no BNDES. Quanto às aplicações financeiras, a caução de bens imóveis pode até ser eficiente caso o juiz aceite avaliar que é um bom imóvel. A caução deve ter sido um dos motivos para que o BC fosse incluído no processo. Os advogados e o presidente da cooperativa não foram encontrados para falar sobre o assunto. Já a KPMG pretende formalizar nesta semana a criação do comitê de credores do Banco Santos, informou, sexta-feira, Eduardo Farhat, diretor de "corporate recovery" da consultoria. Em uma semana de existência, o comitê atraiu o interesse de 200 credores com cerca de US$ 250 milhões a receber do Santos. Além de seis pessoas para atender consultas por telefone, a empresa criou um site.