Título: Indústrias de máquinas perdem encomendas
Autor: Raquel Landim
Fonte: Valor Econômico, 05/04/2006, Brasil, p. A4

O faturamento nominal do setor de máquinas e equipamentos caiu 8,9% no primeiro bimestre, em comparação com igual período de 2005. "O cenário é preocupante", afirmou ontem o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Newton de Mello, durante a abertura de feira de equipamentos para o setor madeireiro, em Curitiba. O cenário traçado pela Abimaq difere do registrado pelo IBGE para o setor de bens de capital. "Estamos queimando os pedidos da carteira montada no ano passado", contou o diretor-presidente da Maclinea, Marcello Luparia. A empresa faz máquinas para a indústria de móveis e de compensados, e viu as vendas caírem 30% no primeiro trimestre em comparação com igual período de 2005. As encomendas, que em 2005 consumiriam cinco meses de produção, agora envolvem 30 dias. Na opinião de Luparia, o principal problema é o câmbio, porque fez aumentar a concorrência com indústria européia, principalmente da Alemanha, Espanha e Itália. "A crise se acentuou no segundo semestre do ano passado", disse. Na Sul Americana, que também faz máquinas para a indústria de móveis em Almirante Tamandaré, a região metropolitana de Curitiba, o quadro não é diferente. O diretor-presidente, Reinaldo de Mello, conta que, nos últimos três meses, conseguiu fechar negócios para dois meses. Na comparação com janeiro a março de 2005, as encomendas caíram 35%. "O preço da máquina importada é um grande complicador. "