Título: Petróleo cai à espera dos estoques nos EUA
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 05/04/2006, Empresas &, p. B9

Os contratos futuros do petróleo nos Estados Unidos e Inglaterra encerraram o dia de ontem em queda com os operadores aguardando o relatório sobre estoques americanos de combustíveis a ser divulgado hoje. A maioria dos operadores acredita que as reservas da commodity aumentaram novamente na última semana. A queda de ontem interrompeu uma série de altas diárias consecutivas. Em Nova York, os contratos com vencimento em maio encerraram em queda de 51 centavos de dólar, fechando a contados a US$ 66,23 por barril. Em Londres, o barril do tipo Brent fechou a US$ 66,39, com queda de 45 centavos de dólar. Riscos geopolíticos, como a interrupção na produção da Nigéria e o impasse entre o Irã e o Ocidente sobre a retomada do programa nuclear de Teerã, foram ofuscados pelo posicionamento dos operadores à espera dos números dos estoques de petróleo, disse Mark Waggoner, presidente do Excel Futures. Analistas consultados pela agência de notícias Reuters estimam um aumento médio de 1,1 milhão de barris nas reservas de petróleo. A projeção para gasolina e derivados é de queda de 1,6 milhão de barris cada. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), fornecedora de mais de um terço do petróleo do mundo, se reunirá informalmente durante conversações entre consumidores e produtores de petróleo. A reunião deve começar no dia 22 de abril no Qatar. A produção da Opep caiu em março passado à medida que a atividade de extração da Nigéria despencou para seu mais baixo patamar dos últimos três anos, segundo mostrou uma pesquisa realizada pela agência de notícias Bloomberg. A produção de petróleo da Opep registrou uma queda média de 190 mil barris/dia, cerca de 0,6%, passando a 29,68 milhões de barris/dia, segundo pesquisa realizada junto a empresas petrolíferas, países produtores e analistas. Os países-membros do cartel do petróleo produziram aproximadamente 30,54 milhões de barris/dia em outubro de 2004, seu mais alto patamar desde 1979. Em março passado, a produção da Nigéria teve queda de 250 mil barris/dia, para a média de 2,03 milhões de barris/dia, o menor nível do país africano desde abril de 2003. Seqüestros e atentados a instalações petrolíferas este ano obrigaram a Royal Dutch Shell e outras empresas que atuam na Nigéria a reduzir sua produção e suas exportações a partir do país.