Título: Dilma evita estimar quantidade de energia ofertada em megaleilão
Autor: Cláudia Schüffner e Leila Coimbra
Fonte: Valor Econômico, 30/11/2004, Brasil, p. A-2

A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, evitou ontem estimar a quantidade de energia que será ofertada no megaleilão marcado para a próxima semana em São Paulo. Se antes o governo projetava uma oferta de 55 mil megawatts, de longe o maior leilão desse tipo em todo o mundo, agora ela diz preferir não fazer estimativas de volume. Fontes do mercado calculam que agora o volume oferecido ficará entre 35.000 MW e 40.000 MW. O leilão também terá um volume menor de energia a ser vendida por conta da exclusão do governo dos anos dos contratos com início em 2008 e 2009. Serão negociados produtos em lotes de 1 MW médio para 2006, 2007 e 2008. Os contratos terão oito anos de duração, sendo válidos até 2012, 2013 e 2014, respectivamente. Já o segundo leilão de energia "velha", segundo a ministra, não tem data definida, devendo acontecer no primeiro trimestre de 2005 e antes do leilão de energia nova. As regras do leilão do dia 7 já foram divulgadas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e alguns delas causaram desconforto no mercado, já que os executivos ficarão sob vigília, sem contato com o exterior. A ministra explicou que a regra foi feita para evitar "conluio" entre empresas. Ela também explicou que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ainda não tem estrutura para um leilão como esse, que será realizado no hotel Grand Meliá World Trade Center, na capital paulista. "O leilão exige que você não tenha intercomunicação entre os agentes", explicou Rousseff. Cinqüenta empresas, sendo 34 distribuidoras (compradoras) e 16 geradoras (vendedoras), foram pré-qualificadas para participar do leilão de energia existente, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). E ao contrário do previsto, algumas empresas do setor ficaram de fora, já que existem 64 distribuidoras, e somente pouco mais da metade delas se cadastrou. Já a ministra, que participou ontem do 9º Enerj (Energia para o Estado do Rio de Janeiro) com o tema "Impacto da Nova Legislação do Setor Elétrico no Estado do Rio de Janeiro", citou o número de empresas inscritas como exemplo da necessidade de o leilão ocorrer em um ambiente de "absoluto controle e segurança". Ela explicou ainda a contratação de uma empresa de auditoria para acompanhar o leilão, que também será fiscalizado pelos órgãos de defesa da concorrência. Entre as geradoras, as mais interessadas em participar vendendo suas sobras de energia, algumas ausências foram notadas como da AES Tietê. A lista divulgada pela CCEE não é definitiva. Para participar do leilão, as empresas deverão efetuar depósito de garantias financeiras até 1º de dezembro. O nome das habilitadas a participar do negócio será divulgado no dia 2 de dezembro. Como compradoras, as empresas inscritas são as seguintes: AES Sul, Ampla, Bandeirante, Bragantina, Caiuá, Ceal, CEB, CEEE, Celb, Celesc, Celg, Celpa, Celpe, Celtins, Cemar, Cemat, Cemig, CFLCL, Coelba, Coelce, Copel, Cosern, CPFL Paulista, EEVP, Elektro, Eletropaulo, Energipe, Enersul, Escelsa, Light, Nacional, Piratininga, Saelpa e Santa Cruz. Como vendedoras as pré-qualificadas são CDSA, CEC, CEEE, Cemig, Ceran, Cesp, CGTEE, Chesf, Copel, Duke, Eletronorte, Emae, Escelsa, Furnas, TEC e Tractebel Energia.