Título: Lobão descarta reajuste de energia por causa do acordo com o Paraguai
Autor: Lyra , Paulo de Tarso
Fonte: Valor Econômico, 28/07/2009, Brasil, p. A4

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, garantiu ontem que as tarifas de energia não serão reajustadas por conta do acordo fechado entre o governo brasileiro e paraguaio no último fim de semana. Lobão disse que o Ministério da Fazenda está estudando o impacto da medida, mas disse que a saída provavelmente será a alteração no cálculo dos juros da dívida.

O governo estuda mecanismos para alterar de US$ 120 milhões para US$ 360 milhões o lucro do governo paraguaio com a Itaipu Binacional. O ministro negou, contudo, que uma das propostas seja o alongamento da dívida. "Ela continua sendo quitada até 2023."

Durante reunião da coordenação política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deu detalhes técnicos, mas ressaltou os ganhos políticos com o acordo fechado por ele e pelo presidente do Paraguai Fernando Lugo. Segundo Lula, o êxito nas negociações representou um avanço nas relações com o país vizinho. "No meu discurso, disse que subimos um degrau na relação com o Paraguai. Estamos apostando na melhora não só com o Paraguai, mas com todos os países vizinhos para estabelecermos um desenvolvimento conjunto na região", disse Lula, segundo relato do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Lula destacou não apenas o acerto em torno de Itaipu, mas as propostas de investimento em infraestrutura no parceiro do Mercosul. "Vamos investir nas pontes, na construção de uma linha de transmissão, que foi muito comemorada no Paraguai."

O presidente ressaltou também o investimento conjunto na construção de uma cimenteira, uma parceria da Camargo Corrêa e da Votorantim. "Será um investimento de US$ 100 milhões, que trará um impacto muito grande. Será o maior investimento privado da história do Paraguai", destacou o presidente. Lula prometeu aos presentes que trará, na próxima reunião de coordenação, os negociadores do governo para fazerem um relato sobre os termos técnicos do acordo.