Título: Sem Bariloche, agências querem dinheiro de volta
Autor: Madureira , Daniele
Fonte: Valor Econômico, 14/08/2009, Empresas, p. B4

Operadoras turísticas ainda tentam negociar com hotéis em Bariloche, na Argentina, para reaver parte dos valores pagos antecipadamente e que foram por água abaixo depois que a ameaça da gripe A , ou suína, levou brasileiros a evitar viagens à cidade, muito conhecida pelas estações de esqui.

Com um movimento de turistas 50% menor do que o esperado em Bariloche, em julho, as operadoras tentaram recuperar parte do que já havia sido pago aos hotéis e estes, por sua vez, endureceram. "Há, entre as operadoras, quem conseguiu reembolsos, quem obteve um crédito ou quem ainda está negociando uma compensação", diz Plínio Nascimento, diretor da Braztoa, associação brasileira de operadoras. "É uma situação complicada para todos, todo mundo perdeu dinheiro", diz.

Wagner Lopes, diretor de marketing da Calcos, diz que a operadora chegou a pagar cerca de US$ 1 milhão para garantir quartos de hotel em Bariloche. Após a temporada ruim, conseguiu transformar as quantias em crédito para uso futuro com a maior parte dos hotéis. "No fim, fechamos com um prejuízo, mas que não chegou a US$ 100 mil", diz. Segundo o executivo da Calcos, que é especializada em pacotes para América do Sul, as vendas ainda estão bem menores do que costumavam ser - cerca de 500 pacotes estão sendo comercializados por semana, quando o normal seriam 1,5 mil. Mas, diz Lopes, o movimento de viagens para a Argentina começou a ser retomado em agosto. "Sentimos uma recuperação semana a semana", diz.

O presidente da Agaxtur, Aldo Leone Filho, também afirma que houve um reaquecimento nas vendas, estimuladas pelas ofertas. Segundo ele, as viagens para Argentina estão até 50% mais baratas como resultado da combinação entre desvalorização do dólar e redução do preço das diárias de hotéis.

O empresário afirma que não teve problemas com hotéis em Bariloche porque não faz pagamentos antecipados e já trabalha com um sistema de crédito. A previsão da operadora era levar 3,9 mil pessoas à cidade em jullho. Cerca de mil desistiram a viagem e, destas, 850 escolheram viajar para outro destino. (RC)