Título: Desembolsos da Finame devem aumentar até 13%
Autor: Góes , Francisco
Fonte: Valor Econômico, 04/08/2009, Brasil, p. A4

A demanda por empréstimos com juros reduzidos para compra de bens de capital deve reverter o resultado negativo registrado pela Finame, linha do BNDES que financia máquinas e equipamentos, nos seis primeiros meses do ano. De janeiro a junho, os desembolsos totais da Finame somaram R$ 10,2 bilhões, com queda de 10,5% em relação ao mesmo período de 2008. Em julho, a estimativa é de que a Finame tenha liberado R$ 1,53 bilhão, redução de quase 20% na comparação com idêntico mês do ano passado.

Cláudio Bernardo Guimarães de Moraes, superintendente da área de operações indiretas do BNDES, disse que até o fim do ano os desembolsos totais da Finame devem situar-se entre R$ 29 bilhões e R$ 30 bilhões, com crescimento entre 9,5% e 13% em relação aos R$ 26,5 bilhões liberados no ano passado. "O volume (de desembolsos) deve dobrar mês a mês até o fim do ano", disse Moraes.

A redução dos desembolsos da Finame, em julho, foi motivada em parte pelo fato de que as empresas resolveram esperar a entrada em operação das novas condições financeiras nos empréstimos para bens de capital. Depois do anúncio das medidas, no fim de junho, foi preciso aguardar a aprovação de resoluções pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Fernando Puga, chefe de departamento da área de pesquisa e acompanhamento econômico do BNDES, disse que a participação do banco no investimento vai aumentar este ano. "Deve ir para algo como 15% ou mais da Formação Bruta de Capital Fixo", disse Puga. No ano passado, esse percentual foi de cerca de 14%. Em 2008, o BNDES desembolsou R$ 92 bilhões e este ano as liberações devem ficar entre R$ 110 bilhões e R$ 120 bilhões.

"Já se observa uma melhora na perspectiva de investimento. O dado aparece, por exemplo, quando se olham as consultas do banco", disse Puga. Segundo ele, o que se viu na crise foi mais um movimento de adiar do que propriamente de cancelar investimentos.