Título: Paraná pode renovar 100% e SC terá embate de caciques
Autor: Bueno, Sérgio
Fonte: Valor Econômico, 27/08/2009, Política, p. A9

A decisão do senador Flávio Arns de deixar o PT embaralha as costuras políticas no Paraná para definir os nomes ao Senado em 2010. Estão no páreo nomes como o do governador Roberto Requião (PMDB), do deputado federal Gustavo Fruet (PSDB), da presidente do PT no Estado, Gleisi Hoffmann, e do ex-governador João Elisio Ferraz de Campos (DEM), assim como os deputados federais Abelardo Lupion (DEM) e Ricardo Barros (PP).

Arns terá de acertar a entrada em outro partido. Já os outros dois senadores paranaenses, os irmãos Osmar (PDT) e Alvaro Dias (PSDB) almejam o governo, embora afirmem que não competirão entre si. A julgar pelos planos individuais de cada um dos três, existe a possibilidade de que toda a bancada seja renovada.

"Minha candidatura a governador está decidida", diz Osmar. Para ele, "a renovação é necessária, mas não é preciso limpar o Senado", porque "há muita gente que merece respeito". A permanência de Alvaro no Senado vai depender da definição do PSDB para o governo. Ele disputa a vaga de pré-candidato com o prefeito de Curitiba, Beto Richa.

Gleisi, esposa do ministro Paulo Bernardo, diz que a principal prioridade do PT é trabalhar na eleição da ministra Dilma Rousseff e ter uma boa bancada no Congresso. Ela foi candidata ao cargo em 2006 e perdeu para o tucano Alvaro Dias. "Pro Senado vou eu", diz, acrescentando que Bernardo "quer ser testado nas urnas" e deve disputar a Câmara.

Campos, que preside a Confederação Nacional de Seguradoras e há mais de 20 anos não disputa uma eleição, diz que tem "disposição e entusiasmo para colocar a experiência política e empresarial a serviço do Paraná". E tem discurso pronto para a crise da Casa. "Se os defeitos são da instituição, que permitem situações como essas que vemos todos os dias nos jornais, deve-se mudar a estrutura. Se os defeitos são de pessoas, é preciso mudar as pessoas."

Em Santa Catarina, a disputa pelas vagas do Senado deverá envolver dois nomes que rivalizam há anos no Estado: o atual governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e o ex-governador Esperidião Amin (PP). O PMDB já tem como certa a candidatura de Luiz Henrique enquanto o PP ainda não confirma o nome de Amin, embora entre militantes do partido ele seja o mais cotado.

Das três cadeiras de Santa Catarina, serão disputadas as que hoje pertencem a Ideli Salvatti (PT) e a Neuto de Conto (PMDB). Raimundo Colombo (DEM), o terceiro senador catarinense, tem mandato até a próxima eleição, em 2014.

Também é cogitado Claudio Vignatti (PT) ao Senado enquanto Ideli sairia para o governo. Luiz Henrique vem tentando mobilizar a mesma tríplice aliança que o reelegeu ao governo do Estado em 2006, o que incluiria DEM e PSDB, que então não lançariam candidato ao Senado em prol de acertos no âmbito das candidaturas a governador e vice.

O nome de Luiz Henrique é considerado um dos mais fortes na próxima eleição pelo PMDB pelo fato de ter sido reeleito ao governo e derrotado Amin. A deputada federal e ex-prefeita de Florianópolis Ângela Amin vem sendo cotada para sair candidata ao governo assim como o ex-deputado federal Hugo Biehl. "Pode haver uma dobradinha do casal Amin", diz o secretário nacional do partido, Aldo Rosa. "O desastre do caso Sarney nos favorece na disputa para o Senado porque o PP não apoia o Sarney", acrescenta.