Título: ANJ debate liberdade de informação
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 19/08/2009, Brasil, p. A6

A defesa da liberdade de informação e a discussão sobre o futuro do jornalismo dominaram os debates ontem em Brasília no seminário para marcar os 30 anos da Associação Nacional de Jornais (ANJ), entidade representativa das principais publicações do país.

O seminário reuniu representantes de grandes empresas de comunicação, que manifestaram preocupação com ameaças à liberdade de expressão, principalmente decisões judiciais que proíbem a publicação de reportagens. "Não há como conceber a nossa atividade sem ampla liberdade. Mais do que um direito dos jornais, a liberdade de informação é um direito dos cidadãos", disse Judith Brito, presidente da ANJ e diretora-superintendente do Grupo Folha.

De acordo com Ricardo Pedreira, diretor-executivo da ANJ, a associação discute a possibilidade de ingressar na Justiça para tentar evitar a censura prévia. "A associação estuda se é cabível alguma ação no Judiciário", disse. Nos últimos 12 meses ocorreram no Brasil 31 casos registrados de violação à liberdade de imprensa, sendo 16 decorrentes de decisões do Judiciário.

Convidado internacional do evento, o jornalista grego-britânico Iason Athanasiadis falou sobre os interrogatórios a que foi submetido no Irã, país em que ficou 20 dias preso, por suspeita de espionagem durante cobertura sobre as manifestações contra o resultado da eleição presidencial.

Antes do seminário, integrantes da entidade participaram de um almoço com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Na ocasião, o vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho, recebeu o título de Associado Honorário da ANJ.