Título: Alencar defende orçamento maior para Forças Armadas
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Fonte: Valor Econômico, 25/09/2009, Política, p. A6

O presidente em exercício, José Alencar, defendeu ontem um aumento no orçamento das Forças Armadas, incluindo Exército, Marinha e Aeronáutica. Alencar afirmou que o ideal seria um orçamento correspondente a 3% a 5% do PIB brasileiro. "Acho que tem de ficar fixado, como é para saúde, para a educação, que são prioridades". Para ele, não seria preciso um percentual acima de 5%, a exemplo de outros países, que investem orçamentos gigantescos na defesa. "Isto daria muita força para o reaparelhamento do nosso sistema de defesa. O sistema de defesa tem que ser cuidado seriamente. Está abandonado há muito tempo, há muitos e muitos anos. Temos casos de equipamentos de 40, 50 anos", exemplificou.

Alencar assegurou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está atento a essa necessidade, embora admita que os dois só tenham discutido o assunto no período em que o vice-presidente acumulou o cargo de ministro da Defesa. José Alencar disse que o aumento no orçamento seria feito dentro dos limites da responsabilidade fiscal adotados pelo governo. "Não podemos, por exemplo, criar um déficit orçamentário que nos leve à irresponsabilidade fiscal", completou o presidente em exercício.

Além de um aumento no orçamento para a Defesa, Alencar também defendeu que o país desenvolva armas nucleares, mas para fins pacíficos. Declarou que países como Índia e Paquistão têm mais condições de debater em uma mesa de negociações justamente pelo fato de possuírem este tipo de armamento. " A arma nuclear, utilizada como instrumento dissuasório, é de grande importância para um país que tem 15 mil km de fronteiras a oeste, tem um mar territorial e agora esse mar do pré-sal de quatro milhões de quilômetros quadrados de área".

Ele reconhece que o brasileiro é um povo tranquilo, mas acha que o debate sobre as armas nucleares deve ser feito junto à sociedade. Alencar não teme que este discurso prejudique o Brasil, um dos signatários do pacto de não-proliferação das armas nucleares apresentado pela Organização das Nações Unidas (ONU). "Eu acho que isso é tudo negociado, é tudo conversado. O Brasil hoje possui credibilidade para estar sentado à mesa. A respeitabilidade do país cresceria muito. Tem aquela frase 'a força é o direito e a justiça é o poder do mais forte'", citou ele. Imprimir Compartilhar| Política: