Título: Eleição do PT no Rio tem denúncia de fraude
Autor: Magalhães , Heloisa
Fonte: Valor Econômico, 07/12/2009, Política, p. A7

As eleições em segundo turno para a presidência do PT no Rio acabaram ontem com promessa de pedido de impugnação. O candidato Lourival Casula disse que houve agressões e possibilidade de fraude. O atual presidente do partido, Alberto Cantalice, dava como certa a vitória do deputado federal Luiz Sergio. As eleições são um passo importante para definir se o partido terá ou não candidato próprio.

Luiz Sergio disse que só em fevereiro o PT do Rio vai decidir como atuará nas eleições para governador, mas as avaliações são de que ele deverá apoiar a candidatura à reeleição de Sergio Cabral (PMDB) em 2010. Já o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, que quer se candidatar pelo PT e apoia Lourival Casula, informou por meio de sua assessoria de imprensa que os números que estavam sendo divulgados pelos seus opositores eram fruto de uma apuração paralela e dizia que só hoje seria possível saber quem seria o vencedor.

Na eleição paralela divulgada pela equipe de Luiz Sergio às 21h30 de ontem, com 28.211 votos contabilizados, ele estava com 14.744 votos e Casula com 13.367. Segundo Cantalice, o que faltava ser apurado correspondia a municípios pequenos, com pouco mais de 200 votos.

Lourival Casula reagiu às informações divulgadas pelo adversário dizendo que vai pedir a impugnação da votação em vários municípios onde "houve brigas, agressões e pessoas votando sem os documentos necessários". Citou entre eles Petrópolis, Angra dos Reis e Quissamã. "Em de Italva foram 317 votos, 303 no Luiz Sergio e nenhum em mim", disse duvidando da contagem. "No total serão quase mil votos nos municípios que serão impugnados."

Luis Sergio avaliou que a reação fazia "parte do chororô de quem perdeu". E disse: "Foi uma eleição em que compareceram 38 mil pessoas no primeiro turno e agora 28 mil, uma participação grande. Quando a cabeça esfriar ele vai compreender que existem vitórias e derrotas."

Em Minas Gerais, onde também houve eleição em segundo turno, a expectativa era que o comparecimento às urnas fosse 30% menor que no primeiro, quando o deputado federal Reginaldo Lopes, atual presidente e candidato do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, teve 47% dos votos, contra 38% de Gleber Naime, apoiado pelo ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias. (Com Folhapress, de Belo Horizonte)