Título: EUA veem aliança de Farc e Al-Qaeda no tráfico
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 05/01/2010, Internacional, p. A7

Guerrilheiros colombianos formaram uma "aliança diabólica" com extremistas islâmicos, que estão ajudando rebeldes marxistas a contrabandear cocaína pela Venezuela até a África, para então chegar aos consumidores na Europa, disse Jay Bergman, diretor para a região andina da DEA (a agência antidrogas dos EUA).

Os esforços de combate ao narcotráfico dificultaram o envio de cocaína diretamente da Colômbia e outros países produtores andinos para os EUA e a Europa. Por isso, organizações criminosas, incluindo as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), estariam passando pela África para acessar o mercado europeu. E, segundo a DEA, o estariam fazendo com a ajuda da Al-Qaeda e outros grupos vistos por Washington como terroristas.

Como a via marítima foi dificultada, os traficantes começaram a usar aviões para levar a cocaína até a África. A maioria dos voos parece decolar da Venezuela, diz a DEA.

"Entre meados e final dos anos 1990, quando os europeus dificultaram a chegada das drogas por via marítima, por exemplo nas costas de Portugal e Espanha, os traficantes começaram a deslocar suas rotas para o sul. Então a progressão seguinte foi para a África ocidental", disse Bergman.

É a primeira vez que as autoridades americanas sugerem um vínculo pelo qual a Al-Qaeda estaria se financiando com as drogas e em parte garantindo a segurança de narcotraficantes na África.

"Como sugere a prisão recente de três suspeitos agentes da Al-Qaeda, a expansão do tráfico de cocaína pela África ocidental criou uma aliança diabólica entre narcoterroristas sul-americanos e extremistas islâmicos", afirmou o diretor da DEA.

Não é a primeira vez que os EUA dizem que o tráfico internacional está usando a Venezuela como base. Entretanto Bergman, não apresentou provas de suas acusações.

O presidente venezuelano, Hugo Chavez, diz que EUA e Colômbia estão usando as operações antidrogas como fachada para planejar uma invasão de seu país.