Título: Declaração repudia eleição em Honduras
Autor: Rittner , Daniel
Fonte: Valor Econômico, 09/12/2009, Brasil, p. A5

Os quatro sócios do Mercosul, além da Venezuela, resolveram insistir na estratégia e assinaram uma declaração na qual repudiam as eleições realizadas em Honduras, em 29 novembro, e cobram a restituição do presidente deposto, Manuel Zelaya.

Dos cinco presidentes que compareceram à reunião de cúpula do bloco, em Montevidéu, o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva foi o único que não mencionou a crise hondurenha em seu discurso. A argentina Cristina Kirchner chegou a dizer que, desta vez, os temas econômicos deveriam ficar em segundo plano e ceder lugar a Honduras.

O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, leu uma declaração em que os cinco países deixam clara a intenção de manter a tática de brigar pela restituição de Zelaya. Houve uma "enérgica condenação das graves violações de direitos humanos e liberdades fundamentais do povo hondurenho" e "desconhecimento total e pleno" das eleições de 29 novembro, conduzidas pelo governo de facto.

De acordo com os países do Mercosul, as eleições nas quais saiu vitorioso Porfirio "Pepe" Lobo foram realizadas em ambiente de "inconstitucionalidade, ilegitimidade e ilegalidade".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, retornaram a Brasília sem fazer declarações à imprensa. Na noite anterior, ao chegar a Montevidéu, Amorim havia sugerido que o governo brasileiro tem se movimentado nos bastidores. "Há coisas na diplomacia que se fazem em silêncio", comentou o ministro. (DR)