Título: Gripe A não assusta mais as operadoras de planos
Autor: Koike , Beth
Fonte: Valor Econômico, 09/02/2010, Empresas, p. B4

Após o pânico do ano passado, quando morreram 1705 pessoas de um total de 39,6 mil casos no país, a gripe A (H1N1) deve provocar menos estragos em 2010. A avaliação é de operadoras de planos de saúde que viram seus gastos dispararem no inverno passado. A expectativa otimista é devido à chegada da vacina contra a gripe, que começa a ser distribuída no dia 8 de março em todo o país.

"Acho que este ano vai ser bem diferente. Há a vacina e as pessoas estão mais informadas. Não haverá uma correria para os hospitais por qualquer sintoma", disse Fábio Gastal, assessor de desenvolvimento e informação estratégica da Unimed-BH.

A cooperativa médica mineira, com 834 mil beneficiários, registrou cerca de 15 mil atendimentos no pronto-socorro e mais 300 internações devido à gripe A que geraram um custo adicional de aproximadamente R$ 4 milhões, entre maio e setembro de 2009.

"Levando-se em consideração que a população desconhecia por completo a doença, acho que o número de ocorrências não foi tão expressivo se comparado à gripe comum, que já tem vacina", diz Luiz Roberto Silveira Pinto, presidente da Samcil, plano de saúde com 510 mil vidas. A operadora paulista teve 300 internações por gripe, sendo 150 proveniente do vírus H1N1 e os demais de gripe comum.

A Lincx, plano de saúde voltado para o público de alta renda, também avalia que o pânico generalizado é que fez aumentar o número de procedimentos. "Não tivemos óbitos por causa da gripe, mas o número de internações e consultas aumentou muito. Nossa sinistralidade fechou em 81% no ano passado contra 73% de 2008", afirmou Silvio Corrêa da Fonseca, presidente da Lincx.

O banco Fator também prevê um quarto trimestre melhor para a Amil, que teve despesas extraordinárias de R$ 12,2 milhões no terceiro trimestre por causa da gripe A. O Fator estima que a operadora carioca, dona de uma carteira com mais de 3,2 milhões de clientes (sem incluir a Medial , comprada em novembro), apure uma sinistralidade de 69,7% no último trimestre - foi de 72,9% no terceiro trimestre.

Os laboratórios também já se preparam para a imunização da gripe H1N1, uma vez que a distribuição de vacina gratuita será para públicos específicos. A Dasa começa na segunda quinzena deste mês a oferecer a vacina nos laboratórios com as bandeiras Delboni e Lavoisier (SP), Lâmina (RJ), Frischmann Aisengart (PR) e LabPasteur (CE). A previsão é que o preço da vacina fique entre R$ 50 e R$ 60.