Título: PSDB mineiro rebate rumores de divisão
Autor: Lima, Vandson
Fonte: Valor Econômico, 18/03/2010, Política, p. A11

O presidente do PSDB de Minas Gerais, deputado federal Nárcio Rodrigues, visitou ontem à noite o governador de São Paulo, José Serra, para reafirmar o apoio do diretório mineiro em relação à eventual candidatura do governador à Presidência.

"Ele terá de Minas Gerais todo o apoio, todo o engajamento do grupo liderado pelo governador Aécio Neves e que estará no centro das ações para dar ao PSDB uma grande vitória em Minas Gerais. Viemos para trazer essa posição de unidade do partido para o apoio à eventual a candidatura a presidente do governador Serra", disse o deputado.

Há rumores no Estado de que esta eleição comportaria a "Dilmasia", uma dobradinha das candidaturas da ministra petista Dilma Rousseff (Casa Civil) a presidente e do vice-governador de Minas, Antônio Anastasia, nome apoiado por Aécio. Nas eleições de 2006, Minas viveu o "Lulécio", o apoio mútuo e informal das candidaturas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Aécio. "Refutamos qualquer atitude nesta direção, o PSDB tem projeto nacional", afirmou após o encontro com Serra.

O presidente do PSDB de Minas, entretanto, reafirmou que Aécio não será vice de Serra e vai seguir firme na opção pelo Senado. "Esse é um outro assunto que para nós está descartado. Já definimos o rumo, o governador Aécio já tornou pública a sua decisão de disputar o Senado, isso não é nenhuma escolha irrefletida, de retaliação", disse.

Apesar de não falar sobre sua eventual candidatura à Presidência, Serra participou de uma maratona de eventos do governo do Estado ontem. Ao anunciar vagas para programa de qualificação profissional de jovens, Serra tentou nacionalizar o tema e disse que "se houvesse programas nacionais nesse porte, sem dúvida, ajudaria o Brasil como um todo".

O governador saiu em defesa dos Estados produtores de petróleo do Sudeste, que devem perder receita de royalties com a emenda do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS). "Acho uma preocupação correta ter os benefícios do petróleo para todo o Brasil, mas acho que o projeto, do jeito que está, arruinará o Rio e o Espírito Santo. É inaceitável nesses termos", afirmou.. "O projeto agora alterou a distribuição atual, inclusive do petróleo na plataforma continental. Significaria fechar as portas de muitas prefeituras do Rio de Janeiro e do Espírito Santo e quebrar dois governos estaduais. Nesse sentido, o projeto não tem cabimento", disse Serra, antes de inaugurar ambulatório médico em Itapevi, na região metropolitana de São Paulo.

Em Brasília, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse que o partido pretende lançar oficialmente a candidatura de Serra à Presidência em 10 de abril. (Com agências noticiosas)