Título: Fábrica de móveis fatura 60% mais no RS
Autor: Maia , Samantha
Fonte: Valor Econômico, 13/04/2010, Brasil, p. A3
O desempenho do primeiro trimestre, turbinado pela redução do IPI, reforçou as projeções otimistas das indústrias moveleiras do Rio Grande do Sul para 2010. A Telasul, fabricante de cozinhas de aço controlada pela Única Indústria de Móveis, apurou alta de 60% no faturamento nos três meses em comparação com o mesmo intervalo de 2009. A SCA, que produz móveis planejados, registrou alta próxima a 10% nas vendas fechadas no período, mas as encomendas tiveram alta mais expressiva a partir da segunda quinzena de março.
"O resultado foi melhor do que o esperado", disse Gustavo Brandelli, diretor-executivo da Telasul. Segundo ele, a receita de janeiro a março foi igual à do quarto trimestre de 2009, período que registra o pico anual de vendas. Mesmo com a volta do IPI ao patamar de 5%, a previsão da empresa para o acumulado de 2010 é de faturamento de R$ 200 milhões, ante R$ 135 milhões no exercício passado.
A Telasul vende suas cozinhas de aço em lojas multimarcas e com o mercado aquecido decidiu lançar uma nova linha, a Formus, com 10% a mais de espaço interno nas peças sem alteração de preços sobre os demais produtos, explicou Brandelli. Fruto de um investimento de R$ 2,2 milhões em equipamentos e tecnologia, a linha deve chegar a 5 mil lojas em 90 dias e gerar receita de R$ 30 milhões neste ano, disse o executivo.
Para dar conta do aumento das vendas, a empresa investirá R$ 11 milhões neste ano, após um período de projetos congelados em 2009. Com 5% do faturamento obtido com exportações para países da América Latina e África, neste ano a Telasul já ampliou a capacidade de produção diária de 3,5 mil para 5 mil módulos e contratou 120 funcionários, elevando o quadro para 700 pessoas.
Na SCA, a aceleração das vendas registrada a partir da segunda metade do mês passado tende a se manter ao longo do segundo trimestre, que deve fechar com vendas entre 30% e 40% maiores do que no mesmo período de 2009, afirmou o diretor-superintendente Sérgio Manfroi. A empresa opera com uma rede de mais de 80 lojas exclusivas no país e mais de dez no exterior (na América do Sul, Estados Unidos e África).
De acordo com o diretor, o desempenho do primeiro trimestre foi igual ao do fim de 2009. Para o acumulado do ano, a empresa prevê alta de 20% a 30%, em comparação com os R$ 130 milhões no ano passado, mesmo com o aumento de preços provocados pela alta dos custos de algumas matérias-primas como chapas de madeira, aço, vidro, resinas e plásticos no início de abril. O reajuste das tabelas dos fornecedores variou de 7% a 14%.
Quase 95% das vendas da SCA são no mercado interno. Com a expansão da demanda doméstica, a empresa quer investir entre 4 milhões e 5 milhões neste ano em equipamentos para ampliar a capacidade instalada e a qualidade dos produtos. No período 2008-2009, os aportes foram de 20 milhões, incluindo o projeto de lançamento de uma linha de cozinhas, livings e banheiros produzida com matérias-primas importadas da Itália e destinada ao público de alta renda.
Os novos produtos serão vendidos em uma rede de cerca de 30 lojas exclusivas no país e algumas no exterior, disse Manfroi. A primeira deve ser inaugurada até o fim do ano em São Paulo e as demais serão abertas no Rio e em Brasília. A linha faz parte do planejamento estratégico da empresa, que pretende ampliar o faturamento para a faixa dos R$ 300 milhões anuais em três anos. Em 2010, a SCA já aumentou o número de funcionários de 210 para 230.