Título: Comissão estuda ajudar empresas do setor
Autor: Michaels, Daniel; McGrath, Steve
Fonte: Valor Econômico, 19/04/2010, Internacional, p. A11

Financial Times A Comissão Europeia está analisando se abranda as regras de ajuda para permitir aos países membros canalizarem milhões de euros em empréstimos de emergência às companhias aéreas, que sofrem com os efeitos da erupção vulcânica na Islândia. O afrouxamento das regras de ajuda lembra os passos tomados para proteger o setor depois do impacto causado no segmento pelos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. É uma ideia que vai ser examinada por um grupo de trabalho para tratar da crise, segundo anúncio feito ontem pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso. O grupo será liderado pelo comissário de Transporte, Siim Kallas, e vai incluir Joaquín Almunia, comissário de competitividade, que supervisiona assuntos de ajuda estatal, e Olli Rehn, comissário para assuntos econômicos e monetários. " A nuvem de cinzas vulcânicas criou uma situação sem precedentes " , disse ontem Durão Barroso. A decisão de formar o grupo de trabalho é o reconhecimento da ameaça econômica representada pela crise, que deve provocar problemas nas viagens aéreas pelo menos até o fim desta semana. Até a sexta-feira, a Comissão Europeia estava focada nas questões dos direitos do consumidor provocadas pelas nuvens vulcânicas, como assegurar que os passageiros recebessem o reembolso das empresas aéreas pelos voos cancelados. Várias companhias, como Air France e KLM, se encontraram com integrantes da Comissão Europeia, e demandaram ação urgente, dizendo que pode haver falências no setor até mesmo nesta semana, caso não haja alguma ajuda. Até o momento, a crise resultou em perdas de US$ 185 milhões para 313 aeroportos europeus, segundo a empresa ACI. " Houve um grande lobby das empresas aéreas - e um lobby muito eficaz - dizendo que a situação era insustentável " , afirmou uma autoridade da Comunidade Europeia. Esses pedidos, porém, terão que ser confrontados com a realidade imposta pela crise econômica, que deixou os governos com pouco dinheiro, tanto no âmbito nacional como no europeu.