Título: Votação em comitê do Senado mostra como está a vantagem do governo
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 23/04/2010, Especial, p. A16

Um comitê do Senado americano aprovou uma regra que proíbe os bancos de participarem do lucrativo mercado de "swaps" (tipo de derivativo financeiro), uma das medidas mais rígidas da reforma financeira cuja preparação vai chegando à reta final.

Todos os democratas e um republicano do Comitê de Agricultura do Senado votaram a favor da medida, que cria uma supervisão sobre o desregulado mercado de derivativos, que movimenta US$ 450 trilhões e foi a origem da pior turbulência financeira dos últimos 70 anos.

"Se os bancos querem ser bancos, podem continuar sendo bancos, mas vão precisar se separar dessa atividade (de negociar swaps)", disse a senadora Blanche Lincoln, presidente do comitê do Senado.

A lei deve ser parte de uma abrangente reforma da regulamentação financeira, que deve chegar em breve ao plenário do Senado, embora a proibição quanto aos "swaps" ainda possa cair.

O senador Christopher Dodd, líder democrata no Comitê Bancário, disse ontem que a lei mais geral poderia chegar em questão de horas ao plenário do Senado.

Os democratas veem a reforma de Wall Street como uma chance de aproveitar a ira do eleitorado contra os grandes bancos, o que poderia se refletir na eleição parlamentar de novembro. Já os republicanos adotaram um tom conciliador embora tenham força suficiente para bloquear o projeto.

Dodd tem conversado com seu homólogo republicano no Comitê Bancário, Richard Shelby, em busca de um acordo que evite as divisões ocorridas por causa da reforma da saúde.

Shelby disse a jornalistas que o acordo "ainda não chegou lá, mas estamos mais perto".

O republicano Charles Grassley votou a favor das restrições aos derivativos junto com os democratas, que são maioria na Câmara e no Senado.

Grassley disse no entanto que pode votar contra a lei geral no plenário do Senado.