Título: País aceita examinar proposta para enriquecer urânio iraniano
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Fonte: Valor Econômico, 28/04/2010, Brasil, p. A2
Agência Brasil, de Brasília
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse ontem que seu país e o Brasil devem trabalhar em conjunto para criar uma "nova ordem mundial". A declaração foi feita durante encontro com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Amorim afirmou que o Brasil estaria disposto a examinar uma proposta para a troca de urânio enriquecido iraniano em seu território. "Até o momento, não recebemos nenhuma proposta nesse sentido, mas se recebermos uma, consideramos que poderia ser examinada", disse. Ele já havia afirmado em fevereiro não ter "preconceito" contra a hipótese de o Brasil ser depositário de urânio enriquecido, desde que esse fosse um pedido feito pela comunidade internacional. A proposta foi levantada inicialmente pelo diretor da organização iraniana de energia atômica, Ali Akbar Salehi, na linha do acordo assinado no ano passado com as potências e a Organização das Nações Unidas (ONU) para o enriquecimento de seu combustível nuclear no exterior. Caso aceite a proposta, Brasil receberia o urânio iraniano enriquecido a 3,5% e entregaria combustível enriquecido a 20% - suficiente para geração de energia e inviável para a produção de armas. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse ontem que o Irã não apresentou mudança após suas conversas no fim de semana com a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) e continua desafiando a Depois de se reunir com o presidente Ahmadinejad, Amorim, disse ter encerrado sua missão de forma "mais otimista"comunidade internacional com seu programa nuclear. Depois de se reunir com o presidente Ahmadinejad, Amorim, disse ter encerrado sua missão de forma "mais otimista". O chanceler afirmou que as conversas políticas que manteve em Teerã não foram definitivas. Desde segunda-feira na capital iraniana, Amorim busca um acordo em para evitar punições ao governo Ahmadinejad em decorrência de suspeitas sobre o programa nuclear. " Saio daqui [do Irã] mais otimista", disse antes de embarcar de volta ao Brasil.