Título: Indústrias ampliam as instalações
Autor: Inacio, Alexandre
Fonte: Valor Econômico, 27/05/2010, Agronegócio, p. B14

De Luís Eduardo Magalhães

A chegada de estrangeiros, investidores e produtores de outros Estados ao oeste da Bahia nos últimos anos está forçando o governo estadual e as prefeituras de alguns municípios a traçarem estratégias para atrair indústrias e promover uma segunda fase do ciclo de desenvolvimento econômico. Em Luís Eduardo Magalhães, está sendo elaborada uma política de isenção tributária para incentivar a entrada de mais empresas no município.

Mesmo sem uma política definida, pelo menos três grupos iniciarão ainda este ano suas operações na cidade. De origem pernambucana, a Mauricéa, uma das maiores empresas de processamento de carne de frango do Nordeste, construiu um abatedouro de aves na região, que terá capacidade total de abate de 300 mil frangos por dia, em um projeto de mais de R$ 200 milhões.

O alagoano Coringa também está em fase final de implantação de uma indústria para processamento de milho em Luís Eduardo Magalhães. A fábrica consumirá sozinha entre 20% e 30% da produção de milho do município, que ocupa atualmente 270 mil hectares.

"Outro projeto importante para nós que não é uma indústria, mas envolve transformação de proteína vegetal em animal é um confinamento que está sendo terminado pelo grupo Captar Agro, com capacidade estática para engordar 50 mil cabeças de gado quando estiver totalmente implantado. Os planos da empresa são para já neste ano iniciar o confinamento de 12 mil cabeças", diz Jaime Cappellesco, secretário de desenvolvimento econômico de Luís Eduardo.

Distante 550 quilômetros de Brasília e a aproximadamente 1 mil quilômetros de Salvador, a cidade de 52 mil habitantes e apenas 10 anos de vida é a décima economia da Bahia e tem um PIB per capita superior a R$ 45 mil. Para o agronegócio, outra aposta do município é em seu aeroporto, que está sendo ampliado para atender a demanda dos exportadores de frutas, especialmente de mamão. Hoje a cidade já é a maior exportadora da fruta por via aérea do Brasil e cultiva 540 hectares irrigados sob pivôs.

"Nossa posição dentro do cerrado é um dos motivos do rápido crescimento. Apesar de estarmos dentro da Bahia, acabamos atendendo com comércio e serviços produtores de outras cidades, dando suporte para 1,5 milhão de hectares.", afirma o secretário de desenvolvimento. (AI)