Título: PMDB entrega a Dilma programa de governo
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Fonte: Valor Econômico, 10/06/2010, Política, p. A10
O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), levou ontem o programa de governo de seu partido à candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Dois dias antes da convenção que irá ratificar a chapa Dilma-Temer, o pemedebista fez questão de declarar que um possível futuro governo não será monopolizado pelos dois partidos. "Ele contemplará sugestões de todos os partidos aliados. As pessoas costumam associar coalizão ao parlamentarismo. Estamos criando uma coalização presidencialista", disse Temer.
O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra (SE), afirmou que aguarda as convenções dos demais partidos - PSB, PDT e PCdoB - para conhecer as propostas que cada um vai agregar à campanha Dilma. A partir de julho será formado um grupo para sistematizar as ideias, incluindo ainda a proposta do PT, elaborada em fevereiro. "Com certeza, quando tiver início a propaganda eleitoral de rádio e televisão (em agosto) teremos uma plataforma de governo para apresentar ao eleitorado".
Para Temer, o gesto de ontem mostrou que a aliança entre os dois partidos não é simplesmente administrativa, mas política e programática. O PMDB sempre foi acusado, inclusive por setores do PT contrários inicialmente à aproximação entre as duas legendas, de ser um partido fisiológico. "Juntamos um grupo experiente para redigir uma proposta para o país", completou o pemedebista.
Apesar das divergências de conteúdo, especialmente em capítulos como o cerceamento à liberdade de imprensa, o conceito de propriedade privada e a criação de novos impostos para subsidiar a Saúde Pública, não existem incongruências entre os programas elaborados pelo PT e pelo PMDB, na opinião do vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Moreira Franco. "Partimos da mesma base, que é o governo do presidente Lula. Um governo que soube unir estabilidade e crescimento econômico com inclusão social", justificou.
Dutra garantiu ontem que Dilma Rousseff participará de todos os debates durante a campanha eleitoral. E alegou que, nesse momento, a petista não está aceitando um embate direto com os demais presidenciáveis por uma questão de estratégia. "Nosso objetivo nesse momento é tornar Dilma mais conhecida da população", alegou.