Título: Refino de petróleo prejudica produção em SP
Autor: Ennes , Juliana
Fonte: Valor Econômico, 07/07/2010, Brasil, p. A3

A produção industrial de São Paulo foi a principal razão da queda na produção do setor, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Estado foi afetado por interrupções técnicas temporárias em refinarias, o que levou a uma queda de 0,9% em maio na comparação com abril. A queda interrompe um ciclo de altas desde fevereiro. No acumulado do ano, a região teve avanço de 16,3%.

De acordo com o gerente de Análise e Estatísticas Derivadas do IBGE, André Macedo, São Paulo afetou inclusive o resultado nacional, que ficou estável em maio, mesmo tendo registrado queda menor do que outros Estados, devido ao seu grande peso industrial. Em relação ao mês anterior, o Espírito Santo registrou queda de 2,8% em maio. O Pará teve produção 2,9% menor, e o Rio Grande do Sul apresentou perda de 2%. Outros Estados que produziram menos em maio foram Goiás (-2,4%), Amazonas (-2,2%) e Ceará (-0,9%).

O gerente do IBGE lembrou que a queda na produção paulista foi enxergada como pontual, sem que haja uma tendência de reversão da trajetória de elevação. "Muito da queda nesse mês pode ter vindo de atividades que impactaram o resultado nacional, como o setor de refino de petróleo e produção de álcool, com paralisações parciais em refinarias, principalmente nas paulistas. O setor farmacêutico também pode ser uma explicação na interrupção da trajetória de crescimento industrial de São Paulo", disse Macedo.

Entre as altas, o principal destaque vai para o Estado do Paraná, com crescimento de 17,7%. No entanto, no mês de abril, a indústria paranaense havia mostrado queda quase tão intensa quanto o crescimento de maio, tendo perdido 15%. Com essas perdas, a base de comparação mensal já ficou mais baixa, influenciando positivamente o resultado de maio.

O maior peso positivo foi o setor de bebidas. Outros fatores que também podem ajudar a explicar a alta de maio no Paraná são o setor de edição e impressão, celulose e veículos automotores, muito em função da produção de caminhões.

Na comparação da produção industrial regional de maio deste ano contra o mesmo mês do ao passado, todos os Estado registraram avanço, devido à baixa base de comparação, já que 2009 sofria sérias influências devido à crise financeira internacional. Vale ressaltar também o efeito de calendário, já que este ano o mês de maio teve um dia útil a mais que no ano passado, o que eleva o montante produzido.

Os 14 Estados pesquisados pelo IBGE apresentaram avanço, sendo que apenas Rio de Janeiro (2,8%) e Rio Grande do Sul (6,5%) não avançaram na velocidade de dois dígitos. Na comparação do mesmo período, o principal setor de influência foi o de veículos automotores, com avanço de 29%. Com um peso um pouco menor, máquinas e equipamentos tiveram avanço ainda maior, de 39,1%, assim como a metalurgia básica, com mais 29,5%.