Título: Tasso e Eunício somam R$ 100 milhões
Autor: Camarotto, Murillo
Fonte: Valor Econômico, 07/07/2010, Política, p. A4

De acordo com os valores apresentados à Justiça Eleitoral, o patrimônio dos três principais candidatos ao governo do Ceará não chega aos pés do que declararam possuir os postulantes a vice-governador e ao Senado

A soma dos bens de Cid Gomes (PSB), Marcos Cals (PSDB) e Lúcio Alcântara (PR), candidatos ao governo, atinge o total de R$ 2,75 milhões. Seus vices, Domingos Filho (PMDB), Pedro Fiuza (PSDB) e Cláudio Vale (PPS), estão com um patrimônio declarado total de R$ 51,8 milhões.

É entre os candidatos ao Senado, porém, que estão as maiores fortunas. O grupo é puxado por Tasso Jereissati (PSDB), que declarou bens de R$ 63,5 milhões. Já Eunício Oliveira (PMDB) informou um patrimônio de R$ 36,73 milhões. Bem mais "pobres", José Pimentel (PT) e Alexandre Pereira (PPS) declaram valores de R$ 972 mil e R$ 588 mil, respectivamente.

O patrimônio de Jereissati cresceu 139% desde a última declaração, feita em 2002, quando os bens somavam R$ 26,6 milhões. Procurada pela reportagem, a assessoria do senador não esclareceu os motivos da apreciação do patrimônio declarado até o fechamento desta edição.

De acordo com os números apresentados pelo tucano, a maior parte do patrimônio está em ações do Grupo Jereissati, além de aplicações financeiras, imóveis, participações em empresas e outros créditos financeiros. Em todas as categorias, o patrimônio cresceu na comparação com 2002.

Segundo mais rico entre os majoritários, Eunício também viu seu patrimônio crescer nos últimos anos. De 2006 para cá, o salto foi de 43%. Já o valor dos bens de Pimentel aumentou 91% no mesmo intervalo.

Entre os candidatos ao governo, o atual ocupante do Palácio Iracema, Cid Gomes, manteve praticamente intacto o patrimônio de R$ 510 mil durante os quatro anos em que comandou o Estado. O mesmo ocorreu com Lúcio Alcântara, que se manteve em R$ 1,4 milhão. Já o tucano Marcos Cals ficou 40% mais rico, com bens que somam hoje R$ 801 mil.

Em Pernambuco, mesmo que em menor proporção, ocorre o mesmo fenômeno: os candidatos ao Senado são mais ricos. O governador Eduardo Campos (PSB) declara ter empobrecido no exercício do poder. Seu patrimônio caiu de R$ 557 mil, em 2006, para R$ 520 mil neste ano. Seu oponente, Jarbas Vasconcelos (PMDB), aumentou em 41% o valor dos bens, passando a declarar o equivalente a R$ 1,24 milhão.

Entre os candidatos a vice, os caruaruenses Miriam Lacerda (DEM) e João Lyra (PDT) apresentaram um patrimônio semelhante: a deputada tem o equivalente a R$ 1,52 milhão, enquanto o atual vice-governador possui R$ 1,67 milhão. De 2006 para cá, o patrimônio dos dois avançou 35% e 16,8%.

Já o grupo de postulantes ao Senado, normalmente mais privilegiado, mostra o deputado federal Raul Jungmann (PPS) com patrimônio de R$ 17,9 mil, uma queda de 73% ante o mesmo período de 2006. Ainda na seara oposicionista, o senador Marco Maciel (DEM) declarou bens da ordem de R$ 1,64 milhão, mais que o triplo do que tinha em 2002.

Na chapa do governo, o deputado federal e ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria, Armando Monteiro Neto (PTB), declarou R$ 1,23 milhão, 16% mais do que há quatro anos. O ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT) aumentou o patrimônio em 62%, para R$ 381,6 mil.