Título: Cronograma de obras viárias foi alterado em BH
Autor: Camarotto, Murillo
Fonte: Valor Econômico, 09/07/2010, Brasil, p. A3
de Belo Horizonte
Três núcleos básicos marcam os preparativos de Belo Horizonte para ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. O que envolve o maior volume de recursos é formado por obras viárias, como a construção de três corredores de ônibus BRT, e está a cargo da prefeitura. O segundo é a reforma do estádio Magalhães Pinto, o Mineirão, a cargo do governo estadual, e o terceiro, privado e difuso, envolve a rede hoteleira.
O Mineirão já está fechado para as obras de readequação, conforme o cronograma estabelecido em fevereiro. Consumirá recursos de R$ 400 milhões em financiamentos , sendo 75% deste valor do BNDES. Os três corredores de BRT e outras obras viárias da prefeitura somam R$ 1,1 bilhão, financiados pela Caixa Econômica Federal, além de R$ 400 milhões previstos para desapropriações que sairão do próprio caixa municipal.
A prefeitura nega atrasos nas obras, embora o Ministério dos Esportes tenha anunciado, no início do ano, a conclusão das obras viárias para 2012. A maior obra, a construção de um corredor de ônibus BRT (Bus Rapid Transit) ligando o centro da cidade ao bairro da Venda Nova, extremo norte de Belo Horizonte, será a principal via de acesso ao Mineirão. O corredor com 30 estações ao longo das avenidas Pedro I e Antonio Carlos deverá ficar pronto no primeiro semestre de 2013, diz Ramon Victor, presidente da BH Trans. Com financiamento de R$ 382,6 milhões, já liberado pela Caixa, transportará 400 mil passageiros/dia.
Um segundo corredor BRT, cortando a zona oeste de Belo Horizonte e com demanda de 150 mil passageiros/dia, será financiado em R$ 146 milhões e sua conclusão ficou para 2013. O terceiro BRT corta a região norte da cidade e terá capacidade para 300 mil passageiros diários. Com custo de R$ 50 milhões, ficará pronto primeiro, em fevereiro de 2012. A operação dos BRTs será privada e ficará a cargo dos quatro consórcios que ganharam a licitação para o transporte coletivo na cidade em 2008.
As obras de infraestrutura em Belo Horizonte terminaram bem menos ambiciosas do que era projetado no momento da candidatura da cidade à sede do certame. O governo estadual imaginava transformar o Mineirão em um complexo turístico e comercial, com a construção anexa ao estádio de um shopping center e um hotel, e a prefeitura contava com o evento para a retomada de investimentos no metrô de Belo Horizonte.
Construído em 1982, ligando o município de Contagem ao centro da capital mineira, o metrô em Belo Horizonte é de superfície, federal, tem apenas 28 quilômetros de linha e não se expande desde a década de 90. Prefeitura e governo estadual chegaram a elaborar projetos prevendo linhas subterrâneas e investimentos de R$ 3 bilhões, sem sensibilizar o governo federal.