Título: Projeto sem patrocínio pode tirar Curitiba da Copa
Autor: Camarotto, Murillo
Fonte: Valor Econômico, 09/07/2010, Brasil, p. A3

de Curitiba

Curitiba havia saído na frente para receber jogos da Copa de 2014. Mostrou que precisava apenas concluir uma obra que já estava bem adiantada, mas até agora não foi apresentada uma solução para a conclusão da Arena, que pertence ao Atlético Paranaense. Sob a alegação de que não pode comprometer suas finanças, o clube fala em bancar 30% dos R$ 138 milhões previstos no projeto. O restante teria de ser pago por outros investidores.

Como é uma propriedade privada, comissões criadas pela prefeitura de Curitiba e pelo governo do Paraná tentaram nas últimas semanas encontrar brechas legais que possibilitem a colocação de dinheiro no local, com participação de empresas públicas ou privadas. O clube tem evitado falar no assunto. A Arena tem capacidade para 26 mil pessoas e, com sua conclusão, vai comportar 41,3 mil. Ela já tem o anel inferior e falta completar o anel superior e fazer melhorias, o que demoraria dois anos.

Recentemente, o deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB) sugeriu a participação da estatal de energia Copel na reforma da Arena. Pela proposta, a empresa colocaria recursos (R$ 40 milhões) e ganharia o direito de dar seu nome ao estádio. O Atlético já teve uma experiência com a fabricante de produtos eletrônicos Kyocera, que pôs seu nome na frente do estádio, mas ele continuou sendo chamado de "Arena da Baixada" por torcedores e imprensa. A Copel informou que "não existe qualquer estudo, proposta ou negociação em andamento com vistas a participar de empreendimentos relacionados com estádios de futebol".

Outra sugestão estudada pelo governo foi a criação de benefício fiscal para que montadoras de veículos como Renault ou Volkswagen pudessem viabilizar a obra. Além de questões legais, o assunto envolve reclamações de outros times da cidade (Coritiba e Paraná) e seus torcedores, que não aceitam ver dinheiro público colocado apenas em um estádio privado. Outras alternativas, sem o uso da Arena, também entraram em discussão. O prazo para entrega das propostas econômicas havia vencido em 14 de junho, mas representantes de Curitiba pediram mais um mês e o novo prazo vence na próxima semana.

Mesmo sem a definição sobre o estádio, a prefeitura de Curitiba planejou uma série de obras viárias para preparar a cidade para 2014. Entre elas está a revitalização da rodoviária e de vias ligadas a ela. A avenida que liga a capital ao aeroporto, que fica no município vizinho de São José dos Pinhais, também será renovada.