Título: Funcionários da Vale no Canadá aprovam acordo e encerram greve
Autor: Laguna, Eduardo
Fonte: Valor Econômico, 12/07/2010, Empresas, p. B8

de São Paulo

Uma greve de quase um ano nas operações de níquel da Vale no Canadá - a Inco - chegou ao fim na sexta-feira, com a aprovação dos novos acordos coletivos acertados com a United Steelworkers (USW), o sindicato que representa os trabalhadores das unidades de Sudbury e Port Colborne, em Ontário.

A expectativa das duas partes é que os funcionários voltem ao trabalho em um prazo de quatro a seis semanas, informou a companhia em nota.

De acordo com a USW, 75% dos trabalhadores de Sudbury votaram a favor do novo contrato, que valerá por cinco anos. Em Port Colborne, o aval foi dado por de 74% dos funcionários.

A empresa e o sindicato já haviam chegado a um entendimento há quase duas semanas, como adiantou o Valor, mas somente na sexta-feira o acordo foi colocado em votação para avaliação dos trabalhadores.

O novo convênio coletivo inclui o pagamento de mais de US$ 15 mil por ano dentro do programa de bônus e aumento do salário numa faixa entre US$ 2,25 e US$ 2,5 por hora trabalhada durante os cinco anos do acordo, além de melhorias do plano de pensão, que passa para US$ 41,4 mil por ano, de acordo com o sindicato.

"Nós estamos muito felizes com os resultados da votação de ratificação", diz, em nota, Tito Martins, diretor da Vale para a área de metais básicos, acrescentando que a empresa espera retomar os níveis normais de produção.

"Estamos contentes que nossos funcionários de produção e manutenção ratificaram estes novos acordos coletivos e aguardamos seu retorno ao trabalho e a retomada das operações normais", afirmou o chefe das operações da Vale em Ontário, John Pollesel, em comunicado.

A greve começou em julho de 2009, quando 3.000 funcionários protestaram contra propostas de renegociação de contratos coletivos. Estavam em jogo alterações nos planos de aposentadoria e em um bônus atrelado ao preço do níquel. A Vale diz ter de fazer mudanças para manter a sustentabilidade da subsidiária, após o fim de superciclo do níquel que levou o preço a recordes em 2008.