Título: UE e Canadá aprovam novas sanções ao Irã
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Fonte: Valor Econômico, 27/07/2010, Internacional, p. A8
A União Europeia aprovou novas sanções contra o Irã para pressionar o país a abandonar seu programa nuclear. As medidas são mais abrangentes que as que as já adotadas pelos EUA e pela ONU. O bloco europeu é o principal parceiro comercial do Irã e as novas restrições devem provocar impactos maiores na economia iraniana do que os que já vêm sendo observados. Ontem, o Canadá também anunciou novas sanções.
O pacote da UE inclui a proibição de novos investimentos nos setores de petróleo e gás do Irã e na venda de equipamentos para relacionados. Assistência técnica e transferência de tecnologia nessas áreas também ficam proibidas. O pacote impõe também restrições a garantias de crédito para exportações; um monitoramento mais rigoroso dos bancos que fazem negócios com o país; e restrições a empresas de transporte.
"É a primeira vez que o Irã sentirá realmente sanções significativas de países com quem vem fazendo negócios", diz Mark Fitzpatrick, ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA. "Pode-se imaginar que essas sanções farão com que o Irã fique mais interessada em fechar um acordo."
A UE vende equipamentos para a indústria de gás natural do Irã e serviços que as empresas e o governo no país não encontram em outros mercados, diz Fitzpatrick. Mais da metade das exportações europeias para o Irã é composta por máquinas e equipamentos de transporte, somando 14,1 bilhões. Os dados são de 2008, os mais recentes divulgados por Teerã. Dos 11,3 bilhões que a UE importou do país, 90% se referem petróleo e a outros itens relacionados à energia.
As medidas europeias são mais amplas que as aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU em junho e também que as dos EUA, sancionadas do mês passado. As medidas de Washington preveem punições a quem vender gasolina para o Irã e veta acesso financeiro americano a companhias que fizerem comércio com os iranianos. Essas iniciativas já vêm comprometendo o volume de importação de gasolina pelo país e a produção interna de petróleo.