Título: Trecho da Transamazônica que corta o Pará espera acordo com indígenas
Autor: Veloso , Tarso
Fonte: Valor Econômico, 10/08/2010, Especial, p. A16
Na BR-230, a lendária Transamazônica, terceira maior rodovia do Brasil, com 4,9 mil km de extensão, boa parte da estrada está em fase de licitação e preparação para as obras. No trecho que corta o Pará, o orçamento atual para os serviços é de R$ 701,3 milhões, dos quais R$ 156,6 milhões já foram aplicados. Na Transamazônica, diz Luiz Antonio Pagot, do Dnit, as dificuldades não são apenas as chuvas, mas as discussões socioambientais. "Há trechos em que falta anuência de organizações indígenas."
A BR-230, que tem cerca de 40% das obras concluídas, é uma das rodovias mais antigas do país. Projetada durante o governo do presidente Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), a Transamazônica não sofreu grandes modificações desde que foi lançada em 1972, com um projeto inicial de cortar o país saindo do Amazonas, passando pelo Pará, Maranhão, Piauí, até chegar a Paraíba. Por não ser pavimentada, entre outubro e março costuma ficar intransitável devido às chuvas.
Segundo o Dnit, as obras da BR-230, que passa a cem quilômetros do local onde será instalada a usina hidrelétrica de Belo Monte, já receberam autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para serem executadas. Falta ainda a anuência de algumas organizações indígenas, afirma Pagot. "Somente após a liberação das sociedades indígenas é que podemos pedir a liberação das obras ao Ibama." (TV e AB)