Título: Caixa de Cabral equivale a 47 vezes o de Gabeira
Autor: Agostine , Cristiane
Fonte: Valor Econômico, 04/08/2010, Política, p. A6
No Rio, a primeira prestação de contas feitas pelos candidatos mostrou extremos. Enquanto o governador Sérgio Cabral (PMDB), que concorre à reeleição, apresenta uma arrecadação comparável aos candidatos à Presidência, de R$ 4,695 milhões, o segundo colocado nas pesquisas, o deputado federal Fernando Gabeira (PV), arrecada menos que os principais candidatos ao Senado, apenas R$ 100 mil. Os dois declararam planejar receber doações de até R$ 25 milhões durante toda a campanha.
Apesar disso, Gabeira ainda é econômico, do total arrecadado, R$ 50 mil doados pelo também candidato ao Senado Marcelo Cerqueira (PPS), que faz parte da coligação, e a outra metade do Partido Verde, o candidato só gastou metade. Cabral, no entanto, já utilizou 86%, num total de R$ 4,066 milhões.
A campanha de Cabral até agora, só não arrecadou mais do que a candidata Dilma Roussef, que já juntou R$ 11,6 milhões, enquanto Marina Silva (PV) recebeu doações no total de R$ 4,65 milhões e José Serra (PSDB), de R$ 3,6 milhões. O valor é maior até do que o arrecadado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), candidato pelo estado mais rico da federação.
Nos últimos dias, o deputado Fernando Gabeira vem reclamando que o PSDB não tem ajudado em sua campanha. Na segunda-feira, ele chegou a dizer que poderia "dar uma banana para o partido, caso eleito". Ontem, em São Paulo, ao lado de Serra, falou que não ia reclamar dos aliados. "Vou continuar minha vida porque sabemos fazer campanha sem dinheiro", declarou.
Gabeira está atrás até do candidato ao Senado de sua coligação. O ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM) arrecadou até agora R$ 959,46 mil. Até o terceiro colocado na campanha, o ex-prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Farias (PT), já recebeu R$ 750 mil. O detalhe na apresentação de contas de Lindberg é que ele já gastou mais do que arrecadou R$ 828,34 mil e está negativo em R$ 78 mil. Os candidatos ao Senado Marcelo Crivella (PRB) e Jorge Picciani (PMDB) não divulgaram suas arrecadações.