Título: PP trabalha para eleger pelo menos seis senadores
Autor: Costa , Raymundo
Fonte: Valor Econômico, 02/08/2010, Política, p. A9
A jornalista Ana Amélia é a principal aposta do PP para o Senado, mas não a única. Há também: Benedito de Lira (AL), Ciro Nogueira, no Piauí, Ricardo Barros, no Paraná e Ivo Cassol, em Rondônia. Todos com chance de conseguir uma das duas vagas em disputa. Atualmente, o PP tem um único senador, Francisco Dornelles, do Rio, presidente da sigla. Pode chegar a seis.
Se os melhores prognósticos do PP para o Senado se confirmarem, será uma mudança e tanto. Sucedâneo legítimo da Arena, que depois virou PDS, PPB e agora é PP, o partido de Ana Amélia dá sinais de revitalização, depois que deixou de ser uma espécie de capitania do ex-prefeito de São Paulo e atual deputado federal Paulo Maluf.
O declínio do Partido Progressista pode ser medido pelas bancadas que enviou para a Câmara dos Deputados, nas três últimas eleições: 60 em 1998, sendo a 4ª bancada, 49 quatro anos depois, passando para a 5ª maior bancada, e 41 na última eleição, mantendo o quinto lugar.
Ao assumir e se consolidar na presidência do PP, o senador Francisco Dornelles deu autonomia aos municípios para decidir sobre candidaturas. Ele diz que deu certo: hoje o PP é o segundo partido em número de filiados, logo abaixo do PMDB, o quarto em prefeitos (555), o terceiro em número de vereadores (1.500) e a quinta bancada da Câmara dos Deputados. Segundo o Dornelles, cresceu de 2004 para 2008 (a partir das eleições municipais) e vai crescer mais agora em 2010.
Descentralização é a palavra-chave da gestão Dornelles: "O que pode ser feito pelos Estados não deve ser feito pela União, o que pode ser feito pelos municípios, não deve ser feito pelos Estados e o que pode ser feito pela iniciativa privada não deve nunca ser feito pela União, Estados e municípios", resume Dornelles. O PP apoia o governo em tudo o que se refere a crescimento econômico com emprego, estabilidade monetária e justiça social. Mas reage a tudo o que envolve mais Estado. É neste corte que Dornelles julga haver espaço para o PP no futuro, independente da crescente polarização nacional entre o PT e o PSDB.
Nas eleições de 2010, o PP terá com 603 candidatos a deputado estadual, 244 a federal, 11 a senadores, oito a vice-governador e quatro a governador, sendo que julga ter chances em Roraima (Neudo Campos), Amapá (Pedro Paulo, que disputa a reeleição e Santa Catarina (Angela Amin). Hoje tem apenas um, o de Goiás. O PP também considera satisfatório e "promissor" o desempenho de Celso Russomano, em São Paulo: 11%, apenas três a menos que Aloizio Mercadante (PT), senador de 10 milhões de voto e que já disputou uma vez o governo de São Paulo. (RC)