Título: Demanda por documentos estimula Iron Mountain
Autor: Mahlmeister , Ana Luiza
Fonte: Valor Econômico, 18/08/2010, Empresas, p. B3

Com bons resultados em países emergentes, a Iron Mountain, multinacional da área de gerenciamento de documentos, planeja ampliar as operações no Brasil. Com operações em 39 países, a empresa vai triplicar a área de armazenamento de dados digitais em São Paulo e Curitiba.

A demanda, no entanto, não é apenas pela informação digital. Para a guarda de documentos físicos, a companhia tem 16 galpões, totalizando 110 mil metros quadrados, distribuídos em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. Os 1,4 mil clientes da Iron Mountain no país buscam serviços de gerenciamento, captura e guarda de documentos, principalmente nos mercados financeiro, de telecomunicações, saúde, varejo e seguros.

"As empresas caminham para o "escritório sem papel", mas o volume de documentos físicos cresce entre 9% e 12% no Brasil", afirma Marc Duale, presidente mundial da Iron Mountain. Em países mais avançados, esse crescimento está entre 2% e 3%. Para aumentar a capilaridade no país, a empresa tem parcerias com empresas de serviços de digitalização e centros de dados.

Da receita mundial de US$ 3,1 bilhões da Iron Mountain no ano passado, 60% vieram do armazenamento físico de documentos, 25% de serviços híbridos (captura e impressão) e apenas 15% de serviços de digitalização. A América Latina representou 3% do faturamento da companhia e o Brasil entrou com a maior parte desse montante. "Pelo dinamismo da economia brasileira, vemos uma grande oportunidade de crescer no país", diz Duale. Nos últimos dois anos, a Iron Mountain cresceu 15% no Brasil e 5% no mundo.

O gerenciamento do ciclo de vida do documento - que inclui armazenamento, digitalização e posterior recuperação da informação -, é a grande aposta da Iron Mountain. Duale vê oportunidades em mercados mais regulados, como financeiro, de telecomunicações e saúde, que exigem a guarda de papéis e dados digitais por determinado tempo para fins de fiscalização.

"Com a ampliação do espaço físico dos armazéns e centros de dados em São Paulo e Curitiba, a empresa está preparada para a demanda dos próximos dez anos", afirma o presidente da Iron Mountain no Brasil, Luis Carlos Cornetta. Outros mercados potenciais são o armazenamento da nota fiscal eletrônica e a digitalização de livros para editoras. "A tendência será o consumidor acessar conteúdos em múltiplos meios além do papel" , afirma Duale.

Mundialmente, a Iron Mountain vem crescendo com a aquisição de empresas. No Brasil, a mesma estratégia foi adotada. A companhia adquiriu, em 2006, a Sigilo, de Brasília, que atua no armazenamento físico de documentos; e a SSG , integradora de dados digitais de São Paulo. Desde 2006, a subsidiária brasileira recebeu investimentos de US$ 40 milhões.