Título: Para CNT/Sensus, petista só perde para tucano no Sul
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 25/08/2010, Política, p. A8
Pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem consolida a possibilidade de vitória da candidata do PT, Dilma Rousseff, em primeiro turno. Ela tem 46% das intenções de voto contra 28,1% do candidato do PSDB, José Serra. No fim de julho, essa diferença era menor: 41,6% a 31,6%. Levando-se em conta apenas os votos válidos, Dilma aparece com 55,3% das intenções de voto. A soma de todos os demais concorrentes dá 44,7%. Deste percentual, 33,7% afirmam votar no candidato do PSDB.
Dilma supera Serra em quase todas as regiões do país, ficando atrás apenas na região Sul, onde o candidato do PSDB aparece com 47,8% das intenções de voto contra 35,7% de Dilma. Marina, nesse caso, tem 6,9% das intenções de voto. Nas regiões Norte e Nordeste, Dilma aparece com 45% das intenções de voto, Serra 25,5%, Marina Silva tem 7,6%. No Nordeste, a diferença é mais expressiva: a candidata do PT aparece com 62,1%, Serra tem 19,8% e Marina, 6,4%. No Sudeste, Dilma tem 39,2% das intenções, Serra 27,6% e Marina 9,7%.
Dilma também abriu uma ampla vantagem em relação ao seu concorrente tanto no voto masculino quanto no feminino. Entre os homens, Dilma tem 49,4% das intenções de voto contra 28,7% de José Serra. Já entre as mulheres, segmento que a candidata do PT perdia no início da campanha eleitoral, o cenário modificou-se: Dilma aparece com 42,9% das intenções de voto e Serra, com 27,4%. Marina Silva, do PV, aparece com 7,6% da intenções de voto entre os homens e 8,4% entre as mulheres.
De acordo com o presidente do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, existe outro elemento que fortalece a tese de que a eleição presidencial esteja praticamente resolvida: o índice de rejeição de José Serra, que chegou a 40,7%. Ele afirma que, em 23 anos de pesquisas de intenção de voto realizada pela Sensus, jamais um candidato com esse percentual de rejeição foi eleito. Dilma aparece com 28,9% de rejeição e Marina, com 47,9%. "Um patamar de 35% de rejeição já torna a eleição arriscada. Acima de 40%, ela se torna inviável", completou Guedes.
Para o presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), três fatores foram fundamentais para a arrancada de Dilma Rousseff: a massificação do apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o bom momento vivido pelo país, com crescimento econômico e geração de empregos; e a percepção de que Dilma é a gerente de um governo que foi exitoso. "Cada vez mais ela capitaliza o aumento do emprego e o desenvolvimento econômico do Brasil", completou Andrade.
Para 61,8% dos entrevistados, Dilma será eleita presidente em outubro, ante 21,9% que acreditam em uma vitória de Serra. Na pesquisa realizada no fim de julho, essa diferença era menor: 47,1% apostavam na candidata do PT e 30,3% no candidato do PSDB.
A pesquisa divulgada ontem também mostrou um número de telespectadores do horário eleitoral gratuito acima do comum: 42,9% dos entrevistados assistiram a propaganda política eleitoral da primeira semana, quando esse percentual, normalmente, não chega a 25%. Do total de espectadores, 56% consideraram a propaganda de Dilma a melhor, enquanto 34,3% gostaram mais da propaganda de Serra.