Título: Continuísmo atinge eleição para governador
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Fonte: Valor Econômico, 02/09/2010, Especial, p. A14
A maré favorável ao PT e aos aliados se reproduz nas eleições para governador. Candidatos apoiados pelo governo federal lideram em 13 estados. Concorrentes oposicionistas estão à frente em sete disputas e em outros sete estados a situação é de empate.
Na maior parte dos Estados, há uma correspondência entre a eleição presidencial e as regionais. Onde Dilma tem preferência maior do eleitorado, candidatos apoiados pelo governo federal estão liderando. As exceções mais notáveis são o Pará, onde Simão Jatene (PSDB) está à frente e desafia a reeleição de Ana Julia Carepa (PT), e o Rio Grande do Norte, onde Rosalba Ciarlini (DEM) está batendo nas pesquisas Iberê (PSB), também candidato à reeleição.
Estas, no entanto, também são exceções quando se observa como estão as chances dos atuais mandatários. A maioria dos governadores que tentam a reeleição deve confirmar o favoritismo. Além de Iberê, apenas Yeda Crusius (PSDB), no Rio Grande do Sul, tem chances remotas. Dos 20 governadores que tentam novo mandato, 10 lideram com folga e outros oito estão numa disputa mais acirrada pela manutenção da cadeira.
Dos 10 com larga vantagem para a reeleição, cinco são do PMDB - Roseana Sarney (MA), André Puccinelli (MS), José Maranhão (PB), Sérgio Cabral (RJ) e Carlos Gaguim (TO) -; outros dois são do PT - Jaques Wagner (BA) e Marcelo Déda (SE) - e dois são do PSB - Cid Gomes (CE) e Eduardo Campos (PE).
Mas é o PSDB o partido que aparece mais bem posicionado nas disputas estaduais. Além de também ter cinco candidatos liderando com folga, o partido tem mais seis com boas chances, em disputas apertadas. É o caso de Minas Gerais, onde o governador Antonio Anastasia ultrapassou Hélio Costa (PMDB), na maior arrancada até agora nas brigas estaduais. Justamente no Estado em que a poderosa aliança entre PT e PMDB foi uma questão de honra.
É mais um exemplo do clima de continuidade que paira nestas eleições e um contraponto à maré vermelha. Mas, juntos, os dois fenômenos parecem acelerar a construção da maioria: 17 disputas devem terminar já no primeiro turno. (CK)