Título: Consumo de energia aumenta 9,2% no ano
Autor: Villaverde , João
Fonte: Valor Econômico, 28/09/2010, Brasil, p. A4

O consumo de energia nos oito primeiros meses do ano aumentou 9,2% na comparação com igual período do ano passado, graças ao forte avanço registrado pelo setor industrial. Em agosto, o consumo atingiu 35.006 gigawatts-hora no país, 7,1% acima de agosto do ano passado, sendo que as indústrias consumiram 15.852 GWh, uma alta de 9,5%. Os dados constam da Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

No acumulado entre janeiro e agosto, o consumo do país foi de 276,5 mil GWh, enquanto a indústria respondeu por 120,9 mil GWh, uma alta de 12,9% em relação a igual período de 2009. No comércio, o consumo de agosto foi de 5,4 mil GWh, uma alta de 6,1% frente a agosto do ano passado, enquanto as residências consumiram 8,7 mil GWh, um crescimento de 4,5%, e os outros consumidores ficaram com 4,9 mil GWh, um avanço de 5,6%. No acumulado do ano, as residências ficaram com 71 mil GWh, 7,1% acima dos oito primeiros meses do ano passado. O comércio subiu os mesmos 7,1%, com 45,6 mil GWh. Os demais consumidores responderam por 38,9 mil GWh, alta de 4,8%.

Segundo a EPE, o consumo industrial de energia este ano apresenta taxas de crescimento robustas tanto por conta do aquecimento econômico, quanto pela base de comparação depreciada, uma vez que em 2008 o consumo das indústrias caiu 7,7%. Como a demanda externa foi a principal afetada pela crise, este ano as indústrias exportadoras veem o consumo avançar de forma mais expressivas.

"Superado o momento mais agudo da crise e com a retomada das atividades econômicas nas principais economias mundiais, as indústrias brasileiras eminentemente exportadoras passaram a apresentar taxas significativas de expansão", frisa o texto divulgado pela EPE, lembrando que o indicador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que pesquisa a produção física industrial aponta que as indústrias com alta atividade exportadora tiveram alta de 18,1% entre janeiro e julho, enquanto as de baixa intensidade viram a produção saltar 12,4%.

Em relação ao conjunto das indústrias com alta intensidade do gasto de energia elétrica, a produção subiu 18,8% nos sete primeiros meses do ano, enquanto o de baixa intensidade teve avanço de 12%.