Título: Eleição fechou em 1º turno em 16 Estados
Autor: Klein , Cristian
Fonte: Valor Econômico, 04/10/2010, Política, p. A12
As eleições para governador estavam definida em 24 Estados, até o fechamento desta edição, reservando algumas surpresas e emoção até a contagem dos últimos votos. Em São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) por pouco não foi obrigado a disputar um segundo turno com Aloizio Mercadante (PT) e obteve 50,6% dos votos válidos. Três Estados tinham situação indefinida. No Acre, o petista Tião Viana foi surpreendido pelo tucano Tião Bocalom na reta final. Já no Pará, era o tucano Simão Jatene que tinha dificuldades de confirmar a vitória no primeiro turno sobre a petista Ana Julia Carepa. No Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), com 99,45% da apuração concluída, tinha 50, 04% dos votos e evitava um confronto com Flávio Dino (PCdoB). Ao todo, 16 governadores haviam garantido sua eleição. Pelo menos oito Estados teriam segundo turno.
As regiões Sul e Sudeste definiram todos os seus sete novos governadores. No Sul, ganharam Tarso Genro (PT), no Rio Grande do Sul; Raimundo Colombo (DEM), em Santa Catarina; e Beto Richa (PSDB), no Paraná. No Sudeste, além de Alckmin, venceram antecipadamente Antonio Anastasia, em Minas Gerais, o pemedebista Sérgio Cabral, no Rio de Janeiro, e Renato Casagrande, do PSB, no Espírito Santo.
Tarso, Colombo, Anastasia e Richa lideravam as pesquisas, mas não tinham certeza se conseguiriam a maioria absoluta dos votos . Em outros Estados, favoritos na mesma situação não conseguiram matar as esperanças dos adversários. É o caso do Distrito Federal, onde Agnelo Queiroz (PT) enfrentará Weslian Roriz (PSC) no segundo turno, de Goiás, onde Marconi Perillo disputará com Iris Rezende (PMDB), e de Roraima, onde Neudo Campos (PP) continua a briga com José de Anchieta (PSDB).
Em quatro Estados - Amapá, Rondônia, Piauí e Alagoas - a prorrogação era previsível, já que três candidatos apareciam empatados na frente das pesquisas. Na acirrada disputa alagoana, entre o atual e dois ex-governadores, o senador e ex-presidente Fernando Collor ficou de fora. O governador Teotônio Vilela, que apareceu durante muito tempo nas pesquisas em terceiro lugar, acabou na frente, e irá ao segundo turno com Ronaldo Lessa (PDT)
No Paraná, o empate apontado pelo Ibope na sexta-feira (45% a 45%) não se confirmou numa disputa voto a voto. Beto Richa (PSDB) venceu Osmar Dias (PDT) por 52% a 45 dos votos válidos.
A oposição se fortaleceu nos governos estaduais. Em 2006, depois do segundo turno, suas duas maiores legendas, PSDB e DEM, saíram com sete unidades da Federação (44,3% do eleitorado). Agora, no primeiro turno, os dois partidos haviam garantido até o fechamento o controle de seis Estados. Os tucanos levaram São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Tocantins, com Siqueira Campos, e os demistas venceram em Santa Catarina e Rio Grande do Norte, com Rosalba Ciarlini.
Os tucanos caminham para manter sua hegemonia nas eleições estaduais, mas são seguidos de perto pelo PMDB, que elegeu três governadores: Sérgio Cabral, no Rio de Janeiro, André Puccinelli, no Mato Grosso do Sul, e Silval Barbosa, no Mato Grosso. O PSB ganhou três, com Cid Gomes, no Ceará; Renato Casagrande, no Espírito Santo; e Eduardo Campos, em Pernambuco, os campeões de votos, com mais de 80%.
O PT havia confirmado três governos estaduais, com Tarso Genro (RS), Jaques Wagner, na Bahia, e Marcelo Déda, no Sergipe.
O clima de continuidade foi responsável por facilitar a conclusão antecipada das eleições. Dos 24 Estados que haviam fechado o resultado ontem, 8 são casos de governadores que se reelegeram. o tucano Anastasia, em Minas; os petistas Marcelo Déda, de Sergipe, e Jaques Wagner, da Bahia; os pemedebistas Sérgio Cabral, no Rio, Puccinelli, no Mato Grosso do Sul, e Barbosa, no Mato Grosso, e dois do PSB , Cid Gomes (CE) e Eduardo Campos (PE).
No total, 20 governadores foram às urnas para tentar renovar seus mandatos - mesmo número das últimas eleições. Se neste ano, oito mandatários se reelegeram já no primeiro turno, nove foram bem-sucedidos em 2006. Quatro governadores foram diretamente reprovados pelos eleitores: a tucana Yeda Crusius, no Rio Grande do Sul; Carlos Gaguim (PMDB), no Tocantins; Iberê Ferreira (PSB), no Rio Grande do Norte; e Pedro Paulo (PP) - que chegou a ser preso no mês passado em meio a um escândalo que envolveu a cúpula do poder no Amapá.