Título: Paraná e Pernambuco já se preparam para Copa de 2014
Autor: Watanabe , Marta
Fonte: Valor Econômico, 08/10/2010, Brasil, p. A3

De olho na Copa do Mundo de futebol de 2014, os governos do Paraná e Pernambuco, cujas capitais se preparam para ser cidades-sede do evento, vão ampliar investimentos em 2011. O governo do Paraná elevou em 22% a projeção dos investimentos em relação ao previsto para 2010. Em Pernambuco, a alta prevista chega a 85%.

O orçamento paranaense para 2011 prevê um crescimento de 7,15% nas receitas totais, que devem alcançar R$ 26,8 bilhões. O aumento de 22,2% nos investimentos levará o total dessas despesas para R$ 1,37 bilhão no próximo ano, aumento justificado por obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da Copa de 2014.

O orçamento foi recebido na Assembleia na semana passada. Após recesso de três semanas por causa das eleições, os números devem começar a ser analisados nos próximos dias. O coordenador de Orçamento e Programação da Secretaria de Planejamento, João Otávio Borges de Sá, disse que o aumento nas receitas está associado ao fim da crise e à recuperação econômica. Segundo ele, a previsão de crescimento do ICMS é de 11,62% em relação ao resultado deste ano.

Borges de Sá disse que a porcentagem destinada a despesas com pessoal vai cair de 46,75% para 46,13%, enquanto a área de saúde ficará com 4,207 bilhões, 3,44% a mais que em 2010.

Em Pernambuco, a peça orçamentária referente a 2011 também já foi encaminhada à Assembleia Legislativa. O documento apresenta uma expectativa de crescimento de 20,8% nas receitas totais, que devem ficar em R$ 21,96 bilhões. Enquanto as receitas correntes irão avançar 12,6%, para R$ 18,9 bilhões, as receitas de capital devem crescer bem mais, 114%, alcançando R$ 2,84 bilhões.

O gerente de Orçamento da Secretaria de Planejamento de Pernambuco, Edilberto Xavier, explica que o salto nas receitas de capital refletirá o maior volume de financiamentos que o executivo estadual pretende tomar no ano que vem junto ao governo federal e a órgãos como BNDES, Caixa Econômica Federal e Banco Interamericano de Desenvolvimento, entre outros. Os recursos serão necessários para dar conta de investimentos de R$ 2,89 bilhões, cifra 85,9% maior do que de 2010.

Esse valor não inclui a participação do governo nos investimentos das empresas estaduais. Se considerados, o investimento total em 2011 passará a R$ 3,61 bilhões, alta de 66%. Xavier explica que projetos como a Copa do Mundo de 2014 (R$ 440 milhões) e um programa de abastecimento de água (R$ 585 milhões) são os principais responsáveis pelo salto no investimento. Em pessoal e encargos sociais, os gastos pernambucanos devem somar R$ 9,86 bilhões em 2011, avanço de 12,3% sobre este ano.

O governador eleito Raimundo Colombo (DEM) de Santa Catarina deve receber do seu antecessor, Leonel Pavan (PSDB), um orçamento mais robusto para 2011. Se aprovada, a Lei de Orçamento Anual prevê para 2011 uma receita total de R$ 17,9 bilhões, crescimento de 12,59% em relação ao ano anterior. Os investimentos previstos são de R$ 4,5 bilhões, aumento de 18,86% em relação a este ano. As despesas, por outro lado, devem subir bem menos: 3,23%. Segundo o diretor de Orçamento, Romualdo Goulart, o aumento ficou abaixo da projeção da inflação para 2011, de 4,67%, como determina o artigo 15 da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Esta economia com os custos fixos do Estado permitiram ampliar os investimentos, avalia Goulart. "A nossa receita cresceu, e os investimentos cresceram também", diz o diretor. Segundo ele, além do investimento com recursos fiscais (R$ 1,66 bilhão, alta de 19%), as empresas estatais - como a Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) e a Companhia de Gás (SC Gás) - respondem por R$ 2,8 bilhões dos investimentos previstos, um crescimento de 17% sobre o orçado em 2010.

Os recursos para a educação estão fixados em R$ 2,9 bilhões, 27,14% do total da arrecadação de impostos. Para a saúde, serão destinados R$ 1,3 bilhão, cerca de 12% das receitas. Na Segurança, estão previstos R$ 1,5 bilhão.