Título: PT subordina estatais a interesses partidários,diz candidato
Autor: Bueno , Sérgio
Fonte: Valor Econômico, 20/10/2010, Política, p. A6

Serra com Gabeira no Rio: "Se eu ganhar a eleição, vamos trabalhar com o governador eleito e com as prefeituras de todos os partidos de forma cooperativa" O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, acusou o PT de subordinar estatais como a Petrobras e sindicatos como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) aos interesses do partido. Serra respondeu com veemência ao ser perguntado sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de proibir a distribuição de jornal da Central Única dos Trabalhadores (CUT) favorável à candidatura da petista Dilma Rousseff.

"Isso é o cotidiano do trabalho do PT, que é manipular as entidades sindicais, que recebem dinheiro público, de imposto cobrado sobre o salário. É a privatização da Petrobras, da CUT, no sentido de servirem a um partido e não servirem num caso aos seus filiados e, no outro, ao conjunto da população brasileira", disse Serra, que se encontrou no Rio de Janeiro com o candidato do PV derrotado na corrida para o governo fluminense, Fernando Gabeira, que formalizou apoio à candidatura do tucano na segunda-feira, em São Paulo.

Serra também endossou as críticas feitas pelo presidente do PSDB, Sérgio Guerra, ao instituto de pesquisas Vox Populi. Para o candidato tucano, o seu comando de campanha não leva em consideração a última enquete do instituto, que mostrou Dilma com mais de 50% dos votos, contra 39% de Serra. "Trata-se de instituto de comprovada falta de credibilidade, que maquiou os resultados no primeiro turno inteiro, para a realidade das urnas mostrar como estavam fantasiando", disse Serra.

O candidato também fez questão de frisar que, caso eleito, manterá parcerias com o governador reeleito Sérgio Cabral (PMDB), um dos principais aliados de Dilma na corrida ao Planalto. "Se eu ganhar a eleição, vamos trabalhar com o governador eleito e com as prefeituras de todos os partidos de forma cooperativa, em função dos interesses e necessidades do Rio de Janeiro. Não olho cor de carteirinha partidária, nem preferências que outros tenham de alianças que não são as minhas para efeito de governar", ressaltou Serra. "Sempre tive relação boa com o atual governador, que foi reeleito, o Sérgio Cabral, e essa relação vai se manter do ponto de vista administrativo. Quero que não exista a mais remota dúvida a esse respeito", acrescentou.