Título: Para Anatel, dificuldade será plano de negócios aos grupos envolvidos
Autor: Santana , Ivone
Fonte: Valor Econômico, 28/10/2010, Empresas, p. B3

A Anatel acompanha o serviço em aeronaves no exterior há oito anos. A grande dificuldade do serviço é o plano de negócios", afirma o gerente geral de comunicações móveis da agência, Bruno Ramos. "O negócio [principal] é a viagem aérea, para a qual querem acrescentar valor", diz Ramos. Em sua opinião, ainda falta verificar se o uso de celular a bordo será um fator decisivo para escolha da companhia aérea. Além disso, destacou que muitas pessoas não gostam de comunicação em avião, porque é o tempo que ficam livres do celular, segundo indicam relatórios dos Estados Unidos.

Em relação às tarifas, Ramos explicou que toda comunicação via satélite é baseada em preço livre e que a Anatel só deverá interferir se houver situação que cause conflito. Mas lembrou que se o serviço for caro, ninguém vai usar. Na verdade, o consumidor até usa o serviço, se não tiver opção, embora fique descontente.

O gerente da Anatel também não tem muita expectativa sobre o tráfego de comunicações, ao contrário das operadoras e da própria OnAir. Ramos justifica que a previsão que recebeu da OnAir é muito baixa. Entretanto, não revelou os números porque estava no México no momento da entrevista.

As empresas envolvidas no projeto não revelaram como será a forma de remuneração pelo serviço. A direção da TAM admite que a tecnologia é nova e, portanto, não sabe estimar quanto vai gerar de receita.

A comunicação por satélite é usada pelas companhias aéreas há muito tempo e, por isso, já tem autorização da Anatel. Ainda não é certeza se haverá necessidade de outra licença para a extensão do serviço aos passageiros, o que dependerá do detalhamento dos testes e relatórios que serão enviados à agência pelas empresas envolvidas no projeto. (IS)