Título: Cadastro incompleto
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Fonte: Correio Braziliense, 18/07/2010, Brasil, p. 12

O Correio revelou em 9 de junho o descontrole do governo sobre a aquisição de terras por estrangeiros no país.Cerca de 4,3 milhões de hectares estão registrados, mas isso representaria apenas um quinto da ocupação gringa. O cadastro de terras elaborado pelo Incra é incompleto.

Os cartórios de registro de imóveis nem sempre transmitem os dados das empresas estrangeiras ao governo. Apesar da precariedade das informações, o cadastro permite identificar as regiões de maior interesse das multinacionais.

A maior parte não está na Amazônia, mas sim nas mais produtivas terras do Centro-Oeste e do Sudeste, com destaque para Mato Grosso. Empresas da China, Japão,Europa, Estados Unidos, Coreia e países árabes investem principalmente na produção de grãos, canade-açúcar e algodão, além de eucalipto para a indústria de celulose. A competição com o capital internacional já elevou o preço das terras em cerca de 300% em algumas regiões no Centro-Oeste. Em Mato Grosso, a agropecuária O Telhar, com capital argentino, ocupa 180 mil hectares de terras para plantar soja, milho e algodão.

No Sul da Bahia, a empresa de celulose Veracel adquiriu cerca de 200 mil hectares para plantar eucaliptos e implantar reservas florestais.

Em Unaí, no Entorno do Distrito Federal, uma multinacional americana comprou a fazenda Agroreservas, com 29 mil hectares, utilizando uma subsidiária brasileira. No cartório do município, a fazenda não está registrada no livro de terras de estrangeiros.No Rio Grande do Sul, a sueco-finlandesa Stora Enso (que tem 50% do capital da Veracel) comprou 46 mil hectares para plantar eucaliptos. (LV)

-------------------------------------------------------------------------------- adicionada no sistema em: 18/07/2010 12:00