Título: Caixa implantará plano de negócios no PanAmericano
Autor: Travaglini, Fernando
Fonte: Valor Econômico, 17/11/2010, Finanças, p. C3

De Brasília Desde o dia 10 de novembro, quem comanda o PanAmericano é a Caixa Econômica Federal. Mesmo sendo sócia minoritária, com 49% das ações com direito a voto, a instituição federal detém hoje cinco diretorias (o plano inicial era ter apenas uma) e deve consolidar a administração no dia 26, quando a presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, assume a presidência do Conselho de Administração do PanAmericano pelo período de um ano. O maior desafio, disse ela, será colocar em prática o plano de negócios e fazer com que o banco volte a crescer. "A Caixa já administra o banco. Isso será reforçado, evidentemente, com a nossa presença no novo Conselho de Administração", disse, entrevista ao Valor. "Nosso foco é o pronto alinhamento para que a gente possa, muito rapidamente, colocar em ação o plano de negócios que foi pactuado entre as duas instituições e que foi resultado de praticamente um ano de estudos e reuniões", completou.

Entre o fechamento do negócio, no fim do ano passado, e a crise deflagrada no banco, na semana passada, foram feitas inúmeras reuniões técnicas das áreas de produtos, rede, canais, tecnologia, jurídico e marketing. A ideia era construir os planos operacionais e de negócios a serem implementados. Ainda assim, apesar da proximidade, a CEF não conseguiu detectar nenhum dos problemas no PanAmericano.

A Caixa, disse Maria Fernanda, soube das inconsistências no balanço no PanAmericano apenas quando foi comunicada pelo Banco Central (BC). "Ficamos aguardando para conhecer a amplitude do problema. Mas o BC prontamente começou a pensar na solução". Segundo ela, a instituição federal não poderia integrar as negociações porque ainda não tinha uma participação efetiva no banco na época, autorização que só foi dada pelo Banco Central no último dia 9.

Ela também afirma que não foi comunicada de nenhuma negociação para venda do PanAmericano. "Não temos nenhuma informação sobre as negociações que por ventura a holding esteja fazendo com outro sócio. Não houve nenhuma comunicação à Caixa. Mas terá de passar no Conselho de Administração. Esse tema terá de ser conversado", disse.

Mesmo com o rombo nas contas do PanAmericano, a presidente acredita que o negócio é promissor. Mas ela reconhece que agora é um "momento de ajustes". "Tem uma nova diretoria, um novo conselho. Mas pelo que vemos da diretoria que está lá, muito rapidamente poderemos ter uma resposta positiva do ponto de vista da nossa inserção".

As primeiras ações devem ser nas linhas de financiamento de veículos e leasing, que já estão prontas para ser vendidas no balcão da Caixa. "Acreditamos no potencial do banco."