Título: Eleições custarão R$ 550 mi
Autor: Maciel, Alice
Fonte: Correio Braziliense, 28/07/2010, Política, p. 7

Tribunal Superior Eleitoral prevê 47% de aumento nos gastos do pleito deste ano em relação ao de 2006. TREs vão receber R$ 228 milhões

As eleições deste ano vão custar mais para a Justiça Eleitoral. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) prevê gastar R$ 549.373.967 47% a mais do total executado na disputa de 2006, que ficou em R$ 373.547.150,79, quando também foram escolhidos presidente, governadores, senadores e deputados federais e estaduais/distritais. O TSE informou que a expectativa é economizar para não usar todo o recurso, mas sim manter a qualidade do processo eleitoral.

Um levantamento feito pela reportagem indica que, entre as despesas orçadas, 41,5%, ou R$ 228.430.009,85, serão destinados aos tribunais regionais eleitorais para cobrir gastos com vale-alimentação de mesários, material de consumo (como papel, caneta e etiqueta), transporte das urnas para os cartórios e locação de veículos, entre outras despesas com serviços e com logística. O restante do dinheiro será usado para pagar as horas extras dos servidores e para comprar de material, que são centralizadas pelo TSE.

A diretora-geral do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), Elizabeth Barra, explica que os gastos aumentaram nos últimos quatro anos devido ao crescimento de eleitores no país 7,8% em relação a 2006. Com isso, o número de mesários também aumentou, além dos preços, que não ficaram congelados nos últimos quatro anos, diz. Em Minas Gerais, por exemplo, os gastos com materiais de consumo e com serviços nas eleições saltaram de R$ 13,9 milhões, em 2006, para R$ 15,5 milhões previstos em 2010. Os maiores gastos neste ano serão com a alimentação dos mesários. O vale passou de R$ 12 para R$ 20, conta.

Com crescimento de 11,5% nas despesas, Minas registra o menor incremento nos gastos eleitorais na Região Sudeste. Os demais estados têm previsão de aumentar consideravelmente as despesas em relação às últimas eleições majoritárias: Espírito Santo deve aumentar os gastos em 66%, São Paulo, em 40%; e Rio, em 32%.

O assessor de Planejamento Estratégico e Comunicação Institucional do Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo, Lander Fontes de Paula, explica que a variação se dá devido ao aumento vegetativo dos custos de materiais e serviços. Cabe lembrar que a inflação acumulada no período chega a 20,97%.

Apesar de o Espírito Santo ter tido a maior variação percentual dos gastos com materiais de consumo e com serviços nos últimos quatro anos passando de R$ 2.440.989 para R$ 4.068.968 , São Paulo é o estado que mais vai gastar com as eleições deste ano. São R$ 30.882.705 contra R$ 21.920.000 investidos em 2006, uma diferença de R$ 8.962.705. São Paulo também é o maior colégio eleitoral do país, com 30.301.398 eleitores, número 7,5% superior ao do último pleito presidencial.

Apesar de o número de eleitores ser um dos indicadores do custo das eleições, ele não é determinante. A Bahia, com 9.550.898 eleitores, por exemplo, vai gastar R$ 4.119.104 a mais do que o Rio, que tem 11.589.763 eleitores. O Amazonas, com 2.030.549, usará quase R$ 2 milhões a mais do que Goiás, que tem 4.061.371 pessoas aptas a votar. A eleição mais barata será no Acre: R$ 1.572.271.

O número de mesários também aumentou, além dos preços, que não ficaram congelados nos últimos quatro anos Elizabeth Rezende Barra, diretora-geral do TRE-MG

O Amazonas é um dos estados nos quais o voto é mais caro devido à dificuldade de acesso às seções eleitorais Pedro Batista, diretor-geral do TRE-AM