Título: Saldo de estrangeiro soma R$ 1,5 bi
Autor: Bellotto, Alessandra
Fonte: Valor Econômico, 03/12/2010, Investimentos, p. D1

Apesar de um cenário conturbado ao longo de novembro, os investidores estrangeiros não reduziram sua atuação no mercado acionário brasileiro. No período, as compras (R$ 43,665 bilhões) dos não residentes na Bovespa superaram as vendas (R$ 42,069 bilhões) em R$ 1,596 bilhão, repetindo o desempenho visto em outubro, de R$ 1,595 bilhão. Apesar do movimento, o Ibovespa acumulou perda de 4,20% no último mês, aos 67.705 pontos, e teve o pior novembro da década.

O mês passado foi marcado por uma série de eventos internacionais, como o aumento da inflação na China e as expectativas de um aperto monetário, pela situação fiscal negativa de países europeus e pelos conflitos militares entre as Coreias do Norte e do Sul.

Mas a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de impulsionar a economia do país com a injeção de US$ 600 bilhões pode ter incentivado os investidores a buscar ativos mais arriscados em países em desenvolvimento, como o Brasil.

Esse foi o quinto mês do ano em que as injeções de capital estrangeiro no mercado doméstico superaram as saídas, mas o valor ainda ficou abaixo do registrado em março (R$ 3,151 bilhões), julho (R$ 3,508 bilhões) e setembro (R$ 3,136 bilhões).

Das quatro semanas de novembro - excluídos os dois últimos dias do mês -, o saldo estrangeiro na Bovespa ficou positivo na primeira (R$ 460,7 milhões), na terceira (R$ 371,4 milhões) e na quarta (R$ 816,3 milhões). Já entre os dias 8 e 12, as vendas do investidor não residente ultrapassaram suas compras em R$ 104,7 milhões.

Somente na última terça-feira (30), quando o Ibovespa recuou 0,30%, o fluxo direto do estrangeiro ficou negativo em R$ 39,6 milhões. Com o movimento do estrangeiro no mês passado, seu saldo de atuação no mercado brasileiro ficou positivo em R$ 6,292 bilhões no acumulado do ano.

Em novembro, os estrangeiros seguiram na primeira posição em participação na bolsa, com 34,03% de todas as compras e vendas no período. Em segundo lugar, apareceram os institucionais, com 32,56% da representação, seguidos pelas pessoas físicas, com 23,9%.