Título: TSE testa envio de dados por satélite
Autor: Abreu, Diego
Fonte: Correio Braziliense, 23/07/2010, Política, p. 4

Informações de 1,5 mil seções localizadas em áreas de difícil acesso serão repassadas com a utilização de computadores portáteis e antenas de longo alcance

Interessado em garantir a apuração do resultado das eleições de outubro em tempo recorde, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, passará o dia de hoje no Amazonas para acompanhar, em localidades de difícil acesso, os testes de transmissão móvel via satélite dos dados de resultados da votação. Em todo o Brasil, as informações de 1.500 seções serão enviadas para os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) com o uso dessa tecnologia.

Entre os equipamentos descritos pelo TSE como de alta tecnologia, estão computadores portáteis e antenas de longo alcance. A Justiça Eleitoral definiu como lugares de difícil acesso as áreas que não têm como chegar por estradas ou rodovias, distritos distantes da sede dos municípios e regiões isoladas, como aldeias indígenas. De acordo com o TSE, a chegada a muitos desses locais só é possível por meio de canoas, barcos, carros com tração, voadeiras (embarcações usadas na Amazônia) ou helicópteros.

Nesta manhã, o ministro Lewandowski visita a comunidade indígena de Catalão, localizada na cidade amazonense de Iranduba, para acompanhar a série de testes que reúne todos os TREs da Região Norte. Acompanhado pela presidenta do TRE do Amazonas, a desembargadora Maria das Graças Figueiredo, o presidente do TSE também dará orientações às equipes que vão trabalhar nos dois turnos das eleições, marcados para 3 e 31 de outubro.

Boletim de urna Os custos com o uso da tecnologia ainda não foram informados pelo TSE. O secretário de Tecnologia da Informação, Giuseppe Janino, porém, destacou que o uso dos equipamentos é indispensável para a celeridade nas apurações. Segundo ele, nos locais onde menos existem recursos estão sendo empenhados os maiores esforços e mecanismo que armazena as informações dos votos até o sistema de totalização dependeria de uma série de fatores, levandose em conta a dificuldade de acesso aos pontos críticos.

Somente no Amazonas, 369 seções contarão com a transmissão móvel via satélite, sendo que 200 estarão localizadas em aldeias indígenas. Não só na Região Norte do país a tecnologia será usada para dar agilidade à apuração. Estados como Espírito Santo, Minas Gerais, Maranhão e Paraíba também contarão com os sofisticados equipamentos nos dois turnos do pleito. Todas as estações móveis foram contratadas pela Justiça Eleitoral por meio de licitações, concluídas pelo TSE depois de mapeados os pontos distantes do Brasil.

Mesmo nas localidades mais afastadas, a votação será 100% eletrônica. A exceção ocorrerá apenas em casos de defeito de urnas eletrônicas que não possam ser substituídas.