Título: Preso, fundador da Gol faz exames em hospital do DF
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Fonte: Valor Econômico, 17/12/2010, Brasil, p. A4

Nenê Constantino, 79 anos, um dos fundadores da companhia aérea Gol, foi preso quarta-feira à noite, em Brasília, sob a acusação de tentar matar o próprio genro. O empresário nega o crime. Ele foi submetido ontem a exames no Hospital do Coração. O resultado, não concluído até o início da noite, iria definir se ele continuaria preso na Penitenciária da Papuda.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal decretou a prisão pela tentativa de homicídio ocorrida em 2008. Também foi preso um ex-policial militar de Goiás, apontado como autor dos disparos. Segundo a Polícia Civil, Eduardo Queiroz Alvez, genro do empresário, sofreu atentado em junho de 2008, quando foi alvo de quatro disparos - ele escapou de todos. O crime, diz o inquérito, foi encomendado por Constantino. Ele nega.

Marcelo Bessa, advogado do fundador da Gol, disse que iria protocolar na Justiça um pedido de habeas corpus, mas até o início da noite de ontem o TJ não havia recebido o pedido. A defesa pretende utilizar dois argumentos no pedido: a idade do empresário e sua saúde, considerada frágil.

Ontem, após passar a noite numa delegacia da Polícia Civil, Constantino foi transferido para o presídio da Papuda. Ficou, porém, pouco tempo no local: seu advogado obteve autorização na Justiça para que fosse submetido a exames médicos, pois havia reclamado de "mal estar"".

Essa é a segunda prisão do fundador da Gol em menos de dois anos. No ano passado, ele foi detido em São Paulo acusado de ser o mandante do assassinato, em 2001, de um homem envolvido em brigas por terras em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília. Ele também nega participação.

Embora tenha participado do conselho que criou a Gol - hoje administrada pelos filhos -, Constantino está afastado desde 2001, informou a empresa.