Título: Alckmin fará mais amplo governo tucano
Autor: Lima, Vandson
Fonte: Valor Econômico, 30/12/2010, Política, p. A9

O secretariado do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), deve abrigar sete partidos, superando a representação do antecessor, José Serra (PSDB), e a do próprio Alckmin, que volta ao cargo depois de quatro anos. Ao assumir, em 2003, apenas três partidos faziam parte o secretariado do tucano: PSDB, com seis nomes, PFL (hoje DEM) e PTB, com um secretário cada. Com Serra, PSDB, PPS, PTB e DEM estiveram presentes. A partir de 2011, Alckmin terá indicados do PSDB, DEM, PPS, PTB, PV e PSB. Deve ainda contar com o PMDB na Agricultura.

Guilherme Afif Domingos (Desenvolvimento) é o único do DEM. Na gestão Serra, o partido iniciou o mandato com duas secretarias. Com Davi Zaia (PPS), vice presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e próximo secretário do Trabalho, Alckmin busca estreitar relações com o movimento sindical.

Jorge Pagura, do PTB, anunciado ontem para Esportes, corresponde à cota petebista; Edson Giriboni, do PV, terceira maior bancada eleita e que chegou a ameaçar seu não-alinhamento ao governo, cuidará do Saneamento. Márcio França, deputado federal e presidente estadual do PSB, assume Turismo. Sua escolha visa manter o PSB alinhado a Alckmin e afastá-lo da influência do prefeito Gilberto Kassab (DEM).

Terminadas as eleições, Kassab manteve conversas com PDT, PCdoB e PSB e busca uma alternativa para sua sucessão que possa fazer frente ao candidato de Alckmin.

A participação do PSDB cresceu: eram cinco tucanos no secretariado de Serra, agora serão oito - Saulo de Castro, apesar de nunca ter disputado uma eleição, é tucano. Dez dos secretários não são filiados a partido.

Andrea Matarazzo (PSDB) permanecerá com Cultura. Com ele, serão seis secretários da gestão Serra - Lourival Gomes (Administração Penitenciária), Antônio Ferreira Pinto (Segurança Pública), Linamara Batistella (Direito da Pessoa com Deficiência), Sidney Beraldo (Gestão Pública, agora na Casa Civil) e Afif (ex-secretário de Emprego e Trabalho). Na passagem do primeiro governo de Alckmin para Serra, em 2007, apenas dois secretários permaneceram, Mauro Arce e Luiz Barradas.

A nomeação do deputado federal Edson Aparecido (PSDB) para Desenvolvimento e Gestão Metropolitana, a ser criada para tratar da gestão das regiões de Campinas, Baixada Santista e Grande São Paulo, que juntas somam 24 milhões de habitantes, contempla um dos quadros do partido mais fiéis a Alckmin.

Na mesma linha se deram as escolhas de Paulo Alexandre Barbosa para de Desenvolvimento Social, e de Bruno Covas para o Meio Ambiente. Barbosa e Covas são jovens, foram os deputados estaduais mais votados e o secretariado oferecerá a eles visibilidade, dando a Alckmin mais possibilidades para 2012. Além disso, resolve a situação na Assembleia Legislativa, já que Covas era favorito para a Presidência da Casa, o que não foi bem recebido por tucanos, que preferem um negociador com melhor trânsito. Barros Munhoz, atual presidente, deve ser reeleito.

Emanuel Fernandes (Planejamento), Saulo de Castro Abreu (Transportes) e Andrea Calabi (Fazenda) voltam ao governo com Alckmin, mas em cargos diferentes dos que ocuparam no primeiro governo do tucano. Jurandir Fernandes é outro que retorna. Comandará Transportes Metropolitanos, a mesma que chefiou na primeira gestão.

O governador eleito manifestou o desejo de manter no máximo 26 secretarias. Relações Institucionais e Ensino Superior foram extintas. Comunicação e Gestão Pública podem seguir o mesmo caminho ou serem transformadas em coordenadorias. Há ainda a hipótese de Sidney Beraldo (Casa Civil), acumular Gestão.